"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

SEM AVISO, BOLSONARO CANCELA ENTREVISTA COLETIVA EM DAVOS

Segundo assessores, cancelamento se deu por 'comportamento antiprofissional da imprensa'. Organização do evento não foi avisada com antecedência


A coletiva de imprensa era uma das programações mais importantes desta quarta (Foto: Alan Santos/PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL), assim como três de seus ministros, cancelaram, em cima da hora, uma coletiva de imprensa durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O cancelamento ocorreu nesta quarta-feira, 23, surpreendendo a organização do fórum e a imprensa internacional.

Cerca de 40 minutos antes do início previsto para a coletiva de imprensa, às 16h (13h, no horário de Brasília), o Palácio do Planalto enviou uma nova versão da agenda de Bolsonaro. No horário previsto para a coletiva, estava um “almoço de trabalho”.

Toda a organização para a coletiva de imprensa já estava montada. Os nomes dos ministros, assim como do presidente, já constavam em frente às suas respectivas cadeiras. A organização do Fórum, porém, não havia sido avisada, com os jornalistas vendo uma movimentação incomum por parte dos auxiliares do evento.

“É normal que haja alterações de horário, que um ou outro ministro seja incluído ou excluído na entrevista, mas não sumirem todos”, afirmou um funcionário da organização ao Globo. Além de Bolsonaro, os ministros Ernesto Araújo, das Relações Internacionais; Paulo Guedes, da Economia; e Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, não compareceram à entrevista.

O cancelamento teria ocorrido por “comportamento antiprofissional da imprensa”, conforme foi dito por um assessor de Bolsonaro. Minutos depois, porém, outro pessoa da comitiva brasileira afirmou que a coletiva havia sido cancelada para poupar o presidente, pois sua agenda estava muito cheia.

Não se sabe ao certo o que houve, mas não está descartada a possibilidade do cancelamento ter sido motivado pela reação da imprensa internacional ao discurso de abertura de Bolsonaro, ocorrido na tarde da última terça-feira, 22.

A coletiva de imprensa era uma das programações mais importantes desta quarta-feira no Issue Briefing Room de Davos. O evento estava previsto desde a quarta-feira da semana passada, 16.


23 de janeiro de 2019
opinião & notícia

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