Os ministros do Supremo Tribunal Federal estão profundamente divididos diante da proposta de reajuste de 12% dos seus salários, aumento que teria efeito cascata e impacto estimado em R$ 3 bilhões. Uma ala é a favor da aprovação do novo subsídio sem contrapartidas. Outra sugere que o STF condicione o reajuste, que melhoraria os salários de juízes em todo o país, ao fim do auxílio-moradia e outros benefícios pagos pelos tribunais estaduais, e a uma reforma da magistratura.
A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, é contra o aumento, mas delegou a decisão ao colegiado, que deverá decidir em reunião administrativa nesta quarta-feira (dia 8). Ninguém aposta. Em encontro anterior, os ministros rejeitaram o reajuste por ampla maioria. A discussão, dizem, será apertada desta vez.
SEM VIA EXPRESSA - Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se preparam para questionar o Tribunal Superior Eleitoral caso os ministros decidam enviar diretamente ao plenário da corte a análise do registro da sua candidatura sem ouvir a defesa.
Súmula do TSE diz que “o juiz eleitoral pode conhecer de ofício da existência de causas da inelegibilidade ou da ausência de condições de elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa”. O texto foi aprovado em 2016, inclusive pelo ministro Luiz Fux, que hoje preside o tribunal.
BOLSONARO – Publicitários que trabalham para adversários de Jair Bolsonaro (PSL) dizem que a indicação do general da reserva Hamilton Mourão para vice da chapa obrigará o presidenciável a focar os nichos do eleitorado que já simpatizam com ele.
Para os publicitários, Mourão leva a chapa ainda mais para a direita sem atenuar traços de Bolsonaro que afastam eleitores. A primeira opção para a vaga, o general Augusto Heleno, tinha perfil mais moderado, mas seu partido barrou a indicação.
Para combater Bolsonaro, auxiliares de Geraldo Alckmin (PSDB) sugerem que a vice Ana Amélia (PP-RS) e outros aliados assumam o papel de desconstrui-lo e querem o tucano mais agressivo com ele nos debates.
09 de agosto de 2018
Mônica Bergamo
Folha
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