Um dia depois de ser isolado dentro do campo da centro-esquerda na corrida ao Planalto nas eleições 2018, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, demonstrou otimismo em relação à campanha. “A cada dia que passa, tenho mais a certeza que vou ser presidente. Nem que seja quase por WO”, disse, em seminário da Unafisco Nacional, em São Paulo. O pedetista também atacou os demais concorrentes, preservando, porém, a pré-candidata Marina Silva(Rede), com quem teve conversas por apoio no segundo turno.
“Se for pelo filtro da Lava Jato, sobramos eu, a Marina e o Bolsonaro. Se for pela experiência de governo, aí sou só eu e a Marina mesmo”, ironizou Ciro.
MAIS VOTINHOS… – O candidato fez ainda piada com o próprio temperamento. Ao comentar a necessidade de reformulação do orçamento, Ciro disse à plateia: “Lá vou perder mais uns votinhos.”
Ciro arrancou aplausos ao defender que, se eleito, não vai criar programas de recuperação fiscal. “Se eu for eleito, não vai haver Refis em nenhum dos quatro anos “, disse.
O candidato do PDT evitou criticar o PSB e declinou de comentar as negociações em torno da vaga de vice na chapa dele nas eleições 2018. “Enquanto não houver nenhum sinal de fumaça do PSB, as conversas sobre a vaga de vice estão congeladas”, afirmou.
NEUTRALIDADE – Na quarta-feira, 1º, os pessebistas acertaram um acordo de neutralidade nacional com o PT, em troca da retirada de algumas candidaturas. Em Pernambuco, a pré-candidatura da vereadora petista Marília Arraes naufragou, enquanto em Minas Gerais, o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda (PSB) é pressionado a desistir. Ambos resistem. A posição oficial do PSB será conhecida na convenção nacional do partido no domingo, 5.
Ciro não quis comentar o rumor de que o deputado federal Silvio Costa (Avante-PE) ou a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) possam vir a assumir a vaga de vice em sua chapa.
BONS BRASILEIROS – Perguntado sobre o que achava da senadora Ana Amélia (PP-RS) e do ex-deputado federal Eduardo Jorge (PV-SP), que devem ser formalizados vices de Geraldo Alckmin(PSDB) e Marina Silva (Rede), Ciro se limitou a dizer que eles são “bons brasileiros”.
Ciro Gomes também apresentou mais detalhes da proposta dele para a Previdência. O sistema proposto pelo pedetista prevê a migração do modelo de repartição para o de capitalização.
Pela proposta, o montante que o trabalhador da ativa já recolheu junto ao INSS seria transformado em um título de capitalização, que seria corrigido de acordo com a variação da poupança. O papel venceria no momento da aposentadoria, cuja idade pode variar de acordo com a atividade exercida ou a região do País. O título pode ficar sob custódia ou ser negociado no mercado secundário. Ao defender o modelo, Ciro evocou a experiência internacional. “Na América do Sul, somente Argentina, Venezuela e Brasil usam o modelo de repartição. Daí vocês conseguem ver o exemplo”, afirmou.
04 de agosto de 2018
Deu em O Tempo
(Estadão Conteúdo)
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