Um dos principais articuladores da candidatura de Henrique Meirelles (MDB) ao Planalto, o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou nesta terça-feira (24) que as alianças para outubro ainda não estão definidas e que seu partido investirá, inclusive, em acordo com integrantes do Centrão, que já fecharam apoio a Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo Jucá, o grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade “não tem dono” e no bloco “só tem gente esperta”.
SEM DONO – “O Centrão é uma manifestação política, o Centrão não tem dono, ali só tem gente esperta”, afirmou Jucá, que não quis dar detalhes sobre quais partidos do bloco —e fora dele— procurou à espera de que se desgarrem dos acordos firmados, para apoiar Meirelles.
O ex-ministro da Fazenda, porém, tem apenas 1% nas pesquisas e encontra dificuldade para fechar alianças. Sua equipe já considera, por exemplo, lançar um vice do próprio MDB, numa espécie de chapa puro-sangue.
Jucá pondera que as alianças só serão definitivas em 15 de agosto, data limite para o registro das candidaturas e, até lá, declara, “todo mundo continua conversando com todo mundo”.
VAI SOZINHO – O presidente do MDB reafirmou que, caso Meirelles não consiga fechar nenhuma aliança até lá, está preparado para “ir sozinho”, porque a sigla tem capilaridade e tempo de TV para fazer campanha.
Nesta terça, Jucá participou, junto com Meirelles e sua equipe, de uma reunião para definir o formato da convenção partidária que deve oficializar o nome do ex-ministro da Fazenda como candidato na sucessão de Michel Temer. Meirelles precisa de metade dos 594 votos para ser oficializado candidato.
Após o encontro, na sede do MDB em Brasília, Meirelles disse acreditar ter o apoio de 70% dos convencionais. Jucá, por sua vez, disse que o partido não punirá os rebeldes —que não votarem por Meirelles—, mas que a escolha dos dirigentes será entre apoiar um candidato do PT ou ter nome próprio ao Planalto.
APOIO AO PT – Isso porque dirigentes de estados do Nordeste, como Ceará e Alagoas, preferem a aproximação com o partido do ex-presidente Lula, com popularidade alta na região, do que se escoltar em um nome ligado ao governo de Michel Temer, o mais impopular da história.
Jucá tenta imprimir um discurso menos pessimista e diz que, por causa da fragmentação da disputa deste ano, a corrida presidencial está aberta para todos os postulantes.
“Ninguém tem vaga garantida no segundo turno. É uma eleição aberta em que a política está em cheque”, declarou.
25 de julho de 2018
Marina Dias
Folha
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