Embora tenha sido decidida às pressas, para se tornar um instrumento político-eleitoral de apoio ao presidente Michel Temer, a intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro deve ser saudada e enaltecida, até porque a situação deveria piorar se nada fosse feito. E o primeiro resultado já pode ser comemorado, porque os chefões do narcotráfico interromperam a permanente guerra civil travada entre as facções criminosas, mandaram a bandidagem suspender o fogo e aguardar, para se adaptarem a nova realidade no Estado.
Os donos dos guetos entendem que não é momento de enfrentar as autoridades, muito pelo contrário. Mas sabem também que as forças estaduais de segurança, mesmo sendo comandadas e reforçadas pelos militares, não têm condições de erradicar a criminalidade. A acomodação é apenas uma questão de tempo.
FAÇAM AS CONTAS – O delegado Manoel Vidal, ex-chefe da Polícia estadual e que é considerado um mito na corporação, por sua competência e honradez, explica que se trata de um problema aritmético.
“A chamada região do Grande Rio tem mais de mil favelas. Se forem destinados 50 policiais para pacificar cada uma dessas comunidades, seria necessário mobilizar 50 mil homens, algo impensável. E alocar 50 policiais em cada favela ainda seria pouco, porque eles não são máquinas para trabalhar 24 horas por dia, precisam ter folgas, como qualquer trabalhador”, assinala o delegado.
Devido a esta realidade meramente numérica, Vidal jamais acreditou no sucesso das UPPs, que o governador Sérgio Cabral e o secretário José Mariano Beltrame manipulavam com interesses político-eleitorais.
CORRUPÇÃO – Outro ponto fraco da política de segurança é o envolvimento de autoridades com os chefões do tráfico, situação recentemente denunciada pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, com base em levantamentos dos serviços de inteligência da Polícia Federal e das Forças Armadas. E isso jamais foi novidade.
Em tradução simultânea, pode-se prever que haverá enormes dificuldades para o general Braga Netto e sua equipe desenvolverem o trabalho, mas é certo que a intervenção terá resultados altamente positivos, porque vai diminuir a corrupção policial e a criminalidade, como um todo, reduzindo consequentemente os confrontos entre facções e número de vítimas de balas perdidas.
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P.S. 1 – Como se sabe, a estatística é uma forma de torturar os números até que eles confessem os resultados que almejamos. No caso das 60 mil vítimas anuasi de homicídios no Brasil, é preciso fazer descontos. Estes números incluem os mortos nos combates entre facções, os criminosos executados pelas milícias e os traidores mortos pelas próprias quadrilhas, como acaba de acontecer com Gegê do Mangue, Fabiano Paca e Cabelo Duro, três importantes lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital).
P.S. 1 – Como se sabe, a estatística é uma forma de torturar os números até que eles confessem os resultados que almejamos. No caso das 60 mil vítimas anuasi de homicídios no Brasil, é preciso fazer descontos. Estes números incluem os mortos nos combates entre facções, os criminosos executados pelas milícias e os traidores mortos pelas próprias quadrilhas, como acaba de acontecer com Gegê do Mangue, Fabiano Paca e Cabelo Duro, três importantes lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital).
P.S. 2 – Esses tipos de homicídio não podem ser considerados “chacinas”, pois a denominação correta seria “faxinas”. E ainda há quem pense que não existe pena de morte no Brasil… (C.N.)
26 de fevereiro de 2018
Carlos Newton
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