"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O SILÊNCIO DE JOESLEY, EM RESPOSTA AOS PARLAMENTARES QUE ANTES O BAJULAVAM

BRASÍLIA,DF,28.11.2017:JOESLEY-BATISTA-DEPOIMENTOS-CPIS - O empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F, presta depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS e à CPI do Bndes da Câmara, em reuniões conjuntas, em Brasília (DF), nesta terça-feira (28). Joesley, e o irmão Wesley, também preso, teriam mentido e omitido informações no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República. (Foto: Fátima Meira/Futura Press/Folhapress) ***PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS***
Duramente atacado na CPI, Joesley não revidou
Depois de se enrolar com o próprio gravador, Joesley Batista resolveu parar de falar. O empresário passou quatro horas em silêncio diante da CPI da JBS. Enquanto ele segurava a língua, os parlamentares o usaram como escada para aparecer na TV Senado.
A sessão promoveu o reencontro do delator com os delatados que o bajulavam. Ao menos 15 integrantes da CPI receberam dinheiro do frigorífico na última campanha. Diante das câmeras, eles preferiram omitir a ajuda para atacar o ex-aliado.
“AL CAPONE” – “Acho que o senhor não é tão bandido quanto confessa ser”, disparou o relator Carlos Marun (PMDB-MS), destinatário de R$ 103 mil da JBS em 2014. “O senhor, que era um mafioso de terceira categoria, resolveu achar que era o Al Capone”, prosseguiu.
O deputado domina a temática como poucos. Ele despontou do anonimato como escudeiro de Eduardo Cunha, a quem foi visitar na cadeia. Depois virou defensor de Michel Temer, alvo de duas denúncias criminais.
“De tanto que os senhores armaram, caíram na própria armação”, repreendeu João Rodrigues (PSD-SC). Ele declarou ter recebido módicos R$ 7,5 mil da JBS na última eleição.
DA CONCORRÊENCIA – Joesley também enfrentou a artilharia de parlamentares bancados por seus concorrentes. “Temos a sensação de que sua família é uma quadrilha, e a sua empresa, uma organização criminosa”, atacou Heuler Cruvinel (PSD-GO), que levou R$ 100 mil do frigorífico BRF.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), que recebeu R$ 66,4 mil da JBS, tentou aliviar o clima com uma piada. “O senhor Joesley conseguiu fazer o Roberto Carlos comer carne”, gracejou. Em seguida, ele voltou a esbravejar contra a Lava Jato.
Num raro momento de trégua, João Gualberto (PSDB-BA) parou de bater no delator e se lembrou dos delatados. “Todo mundo sabe que são corruptos os vários que receberam”, disse. Antes de ser fuzilado pelos colegas, ele se corrigiu: “Não digo todos, não quero ofender todos…”

01 de dezembro de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha

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