"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

SEM AUMENTO DE SALÁRIOS, SERVIDORES FEDERAIS ESTÃO SE ENDIVIDANDO CADA VEZ MAIS

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Charge do Bier (Arquivo Google)
Com o adiamento dos reajustes de salários de 2018 para 2019, os servidores públicos mantiveram a disposição para se endividarem. Dados do Banco Central mostram que a dívida do funcionalismo no crédito consignado bateu novo recorde, atingindo R$ 175,3 bilhões em outubro, com aumento de 4,4% no ano.  Os empréstimos, mesmo feitos a juros menores, pressionam os orçamentos familiares dos servidores. Em outubro, a taxa média ficou em 24,9% ao ano, a menor em mais de três anos.
No acumulado de 2018, os juros no consignado para os servidores recuaram 2,6 pontos percentuais. Estima-se que, ao longo de 12 meses, o funcionalismo economizará, com as taxas menores, cerca de R$ 5 bilhões.
ALAVANCAGEM – O governo, inclusive, conta com os juros menores do consignado como uma alavanca para a economia. O secretário para assuntos econômicos do Ministério do Planejamento, Marcos Ferrari, tem dito que esse é um dos pontos que vem sustentado o consumo das famílias, responsável pela retomada do crescimento econômico.
Mesmo assim, os servidores estão na mira do governo. Além de terem o sistema de aposentadorias equiparado ao dos trabalhadores da iniciativa privada dentro do projeto de reforma da Previdência e de verem o reajuste salarial adiado, viram a contribuição para o regime previdenciário subir de 11% para 14%.
Na Esplanada dos Ministérios, o descontentamento dos servidores é grande. Eles reconhecem que a situação fiscal do país é gravíssima, mas reclamam que estão dando a maior cota de sacrifício dentro do programa de ajuste das contas públicas. Alegam que o governo avançou demais sobre seus ganhos.
PRIVILÉGIOS – O governo, por sua vez, argumenta que os servidores têm privilégios demais quando comparados aos demais trabalhadores. E cita, como exemplo, o rombo no Regime Próprio de Previdência (RPPS), no qual 1 milhão de aposentados e pensionistas responde por um rombo de R$ 75 bilhões por ano, quando, no Regime Geral (RGPS), 32 milhões de beneficiários provocam deficit de R$ 150 bilhões.
Muito do arrocho imposto pelo governo aos servidores está sob avaliação do Congresso. E a equipe econômica conta com a aprovação das medidas para cumprir a meta fiscal de 2018, de deficit máximo de R$ 159 bilhões. Os parlamentares, porém, estão sendo convencidos pelos servidores a brecarem o adiamento do reajuste de salários e o aumento da contribuição previdenciária.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – As generalizações são sempre horríveis. A grande maioria dos servidores nada tem de privilégios, os salários são baixos. É precisam deixar bem claro que realmente há funcionários públicos que alcançaram privilégios abusivos inaceitáveis. São estes que devem pagar a conta. No entanto, colocar todos os servidores no mesmo padrão é uma manipulação grotesca e revoltante. É preciso discutir este assunto com isenção e amadurecimento. (C.N.)


01 de dezembro de 2017
Hamilton Ferrari
Correio Braziliense

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