"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

PMDB AFUNDA CARAVELA DE ULYSSES GUIMARÃES NUM MAR REVOLTO DE CORRUPÇÃO

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Charge do Jota A (Portal O Dia/PI)
A ação da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na terça-feira, revelou à sociedade brasileira que o PMDB, outrora líder na luta pela liberdade, pelo voto direto e contra a corrupção, afundou a caravela de Ulisses Guimarães no mar revolto de assalto aos recursos públicos, o que quer dizer também assalto aos legítimos interesses do povo. Os mais jovens podem não entender direito o título deste artigo. Eu explico: o deputado Ulysses Guimarães era o presidente nacional do PMDB e, no seu famoso discurso no comício de um milhão de pessoas no Centro do Rio de Janeiro, ao abrir a campanha pela eleições diretas, proferiu o discurso que fica na história por seu caráter poético e seu tom afirmativo.
Ao lado de Tancredo Neves, Ulysses afirmou: “a caravela vai partir. Sabemos os perigos que nos esperam. Mas a mão do ideal está firme no leme e as velas pandas de sonhos. Espero em breve poder dizer do alto da gávea: senhor comandante, terra à vista, terra abençoada da liberdade”
A VEZ DE JUCÁ – Hoje , digo eu, a presidência nacional do PMDB é ocupada pelo senador Romero Jucá. O presidente da República chama-se Michel Temer, contra quem a Procuradoria Geral da República enviou ao STF dois processos acusando-o de corrupção. Mas a Câmara Federal barrou a sequência das denúncia bloqueando o julgamento das acusações.
Isso de um lado. De outro, o esperado silêncio partidário diante das acusações, especialmente destacadas na reportagem de Chico Otávio, Daniel Brassetto, Miguel Caballero e Juliana Castro, em O Globo desta quarta-feira. O afundamento do barco libertador de Ulysses passou a encontrar o silêncio como resposta. Não só do PMDB, mas também do PSDB de FHC e, evidentemente, dos partidos do Centrão. Silêncio comprometedor e poluidor do quadro político em geral.
JOAQUIM BARBOSA – A esse propósito, cumpre destacar o artigo de Elio Gaspari, O Globo e Folha de São Paulo fazendo uma redução sociológica das legendas políticas e destacando, em consequência, a importância da candidatura de Joaquim Barbosa pelo PSB.
Seria uma saída da crise nacional pela simples e direta esperança de moralidade, mesmo o grau de moralidade exigido pelas lutas políticas. Eu falei em redução sociológica. É o título de excelente livro do professor Guerreiro Ramos, um dos integrantes do pensamento de centro-esquerda dos anos dourados de 55 a 60 em apoio ao governo Juscelino Kubitschek. Um presidente que produziu grandes avanços no país e cuja atuação foi expressa numa síntese do livro de Paulo Pinheiro Chagas: “JK, um contemporâneo do futuro”.
Mas agora tudo isso é passado. E os mais de 200 milhões de brasileiros e brasileiras aguardam uma nova alvorada. Vamos ter esperança.
INTOLERÂNCIA – Esperança é fundamental a vida humana, e nós a encontramos a cada passo que caminhamos. Inclusive em manifestações simples marcadas por gestos como o das autênticas Igrejas Evangélicas que a arrecadaram recursos para reconstrução de um Terreiro de Candomblé destruído pela intolerância. Destaque para o Pastor Edson Fernando, da Igreja Cristã de Ipanema, que coordenou a arrecadação. Os recursos serão entregues numa reunião a ser realizada no terreno em que o Terreiro funcionava na cidade Fluminense da Caxias.
Falei em intolerância, inspirado no filme famoso de David Griffith, 1916, um clássico até hoje, considerado um dos maiores filmes de todos os tempos. Entre os episódios que marcaram o motivo da obra, destaca-se a crucificação de Jesus Cristo. No Brasil de 2017 predomina a tolerância com a corrupção. Era exceção, transformou-se em regra. Precisa mudar.

16 de novembro de 2017
Pedro do Coutto

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