"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 22 de julho de 2017

LOBISTA REVELA R$ 11,5 MILHÕES DE PROPINAS A RENAN, JADER E ANIBAL GOMES


Jorge Luz deu um depoimento da maior importância
O lobista Jorge Luz, preso desde fevereiro no âmbito da Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato, afirmou, nesta quarta-feira ao juiz Sérgio Moro que foi acertada propina de R$ 11,5 milhões de desvios da Petrobrás ao líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e ao deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) em troca do suposto apoio para fortalecer os ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, na estatal. Ele teria sido informado por Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB, que os dois agentes públicos estariam ‘balançando’ em seus cargos por volta de 2005, e, por isso, pediu ajuda aos parlamentares. Em troca da suposta solicitação, os três teriam exigido propinas.
O lobista é réu acusado de intermediar propinas de R$ 2,5 milhões de executivos da empreiteira Schahin para funcionários da Petrobrás no âmbito de contratos da estatal. Ele e seu filho, Bruno, também são investigados neste processo por intermediar valores indevidos a políticos do PMDB.
VELHOS AMIGOS – Ao juiz Moro, o lobista alegou que conhecia Jader e Renan ‘desde os anos 80’, e que voltou a contatá-los após ter recebido um pedido de ajuda de Fernando Baiano para ajudar os dois diretores da Petrobrás, em 2005. Segundo Luz, os agentes estavam ‘balançando no cargo’ e Baiano via nele uma chance de ‘aproximação com o PMDB’.
De acordo com o lobista, ele chegou a entrar primeiro em contato com Aníbal Gomes, que seria ‘muito ligado ao Renan’. O deputado teria tido uma primeira conversa com Jader, Renan e Silas Rondeau (ex-ministro de Minas e Energia do governo Lula). Com a resposta positiva dos peemedebistas a ajudar Cerveró e Paulo Roberto Costa, teriam ‘começado as negociações’.
“Havia um pedido alto para que houvesse esse apoio, o apoio se traduziria em ajuda financeira, e em uma oportunidade de que esses políticos pudessem participar de operações que viessem a surgir no decorrer do tempo. Isso aconteceu, acertaram. havia sido pedido um número, discutiram, e o Fernando e o Anibal – porque o Fernando representava os diretores e o Anibal os políticos – chegaram ao valor de 11,5 milhões de reais”, afirmou.
CONFIRMAÇÃO – Jorge Luz disse ao juiz Moro que ainda houve uma reunião para que os diretores da Petrobrás soubessem que seriam os beneficiários da propina. “Estávamos eu, o Cerveró, o Paulo Roberto Costa, Anibal, Jhadfer. Eu não tenho certeza se o Renan estava”.
Segundo Luz, o dinheiro vinha de uma ‘negociação que tinha sido feita entre o Fernando Soares junto com a Samsung, através de seu representante, Júlio Camargo’.
O lobista ainda disse a Moro que ‘sempre havia atrasos’ nos pagamentos e começou a existir um ‘desgaste’ entre Aníbal Gomes e Fernando Baiano. “O Aníbal pedia, pedia, e o Fernando, pelas razões que alegava, não podia, tava atrasado”.
SEQUÊNCIA – “O Aníbal passava as contas para o Fernando, o Fernando passava para o Julio Camargo e o Julio fazia os pagamentos. O controle dos 11 milhões eu não tenho, porque eu não participei. Eu participei de toda a estruturação e, quando em determinado momento a relação passou a ficar muito difícil, eu passei a ser intermediário na recepção das contas que o Aníbal passava e eu entregava ao Fernando. isso foi feito. Os 11 milhões e meio vieram”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A fila vai andando. Aníbal Gomes, operador de Renan e de outros caciques, já está todo encalacrado. Falta incriminar Renan, Jader e Rondeau, que são mais escorregadios, digamos assim. Mas é só uma questão de tempo. (C.N.)

22 de julho de 2017

Luiz Vassallo, Julia Affonso e Fausto Macedo
Estadão

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