"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de abril de 2017

PROGRAMA DE SUBMARINOS ALVO DA LAVA JATO ATRASA DOIS ANOS

SEM ÉTICA NEM TÉCNICA
PROGRAMA SÓ SERVIU PARA GARANTIR PROPINA PARA CAMPANHA DE DILMA


Sob investigação da Operação Lava Jato por incluir a Odebrecht, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, parceria entre Brasil e França, está dois anos atrasado. De acordo com a Força Tarefa da Lava Jato, o motivo são dificuldades orçamentárias e técnicas.

O acordo entre os países foi firmado em 2008 para garantir o maior projeto das Forças Armadas em andamento no Brasil, orçado em mais R$ 30 bilhões. E prevê construção, operação e manutenção de cinco submarinos, entre eles o primeiro modelo com propulsão nuclear do País. A previsão era de que todas as embarcações ficassem prontas, ao longo dos anos, até 2025. A atual é 2027.

FORÇA TAREFA NÃO ATRIBUI ATRASO A FATOS INVESTIGADOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Conforme informação repassada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior - um dos 78 delatores do grupo -, foram repassados R$ 17 milhões em propinas entre 2012 e 2013 ao PT para que a obra continuasse a receber recursos do governo federal. Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, declarou que a Odebrecht Infraestrutura pagou R$ 50 milhões de um montante acertado com o partido para a campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2014, com o mesmo fim. A defesa de Dilma nega.

Em 2015, o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou suposto sobrepreço de R$ 406 milhões na construção do Estaleiro e Base Naval (EBN) que fabrica as embarcações e fica em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio. Segundo a Marinha, o aumento se deveu à necessidade de dragagem de 300 mil metros cúbicos de material contaminado com metais pesados da área.

ESQUEMA NÃO AFETOU

A Força sustenta que o atraso no Prosub nada tem a ver com as investigações da Lava Jato. Os motivos seriam a complexidade do programa, que inclui transferência de tecnologia dos franceses para os brasileiros, e o contingenciamento de verbas. O novo bloqueio de despesas, anunciado pelo governo para o cumprimento da meta fiscal de 2017, não deve ameaçar o andamento do projeto, afirmou o coordenador-geral do Prosub, almirante de esquadra Gilberto Max Hirschfeld.

“No ritmo das obras não houve influência (da Lava Jato). Nosso trabalho é acompanhado desde 2009 pelo TCU. Continuamos trabalhando no ritmo apropriado para o nosso orçamento, que sofreu um baque em 2015 com o contingenciamento. Chegamos a ter 6 mil empregados, hoje são 2 mil”, disse ontem Hirschfeld, durante apresentação do programa a jornalistas convidados no EBN.

A Marinha já construiu submarinos, mas é a primeira vez que os projeta. No caso do submarino de propulsão nuclear, maior, mais pesado e com o dobro da capacidade de tripulantes (80), a expectativa é pela autonomia mais longa e velocidade na navegação (chegam até aproximadamente 65 km/h, ante 11 km/h dos convencionais). Só seis países têm esse modelo: EUA, Reino Unido França, China, Rússia e Índia. Os quatro submarinos convencionais estão em construção ao mesmo tempo. O mais adiantado, batizado de Riachuelo, deve ser lançado ao mar em julho de 2018. (AE)


08 de abril de 2017
diário do poder

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