O presidente Michel Temer listou cerca de 25 parlamentares que terão seus aliados demitidos de cargos públicos por terem votado contra o governo na proposta de mudança da legislação trabalhista e também por não apoiarem a reforma da Previdência. A estratégia do Palácio do Planalto é tirar os cargos dos parlamentares considerados infiéis e transferir as nomeações para outros, em troca dos votos desses deputados na reforma da Previdência.
O governo considera ter sido traído por cerca de 70 deputados. Espera que as demissões ajudem a reverter a posição do resto do grupo. Os alvos são deputados que compõem a base de Temer, mas são considerados “irrecuperáveis” — ou seja, traíram o governo e não podem ser convencidos a apoiar a reforma da Previdência.
DEZ PARTIDOS – Há nomes de dez partidos, como o PMDB (sigla do presidente), o PP (do líder do governo) e o PSB — este declarou posição contrária às reformas e deve ser o mais atingido.
Segundo a Folha apurou com dois integrantes da equipe de articulação política, entraram na lista Gonzaga Patriota (PSB-PE), Cícero Almeida (PMDB-AL), Luciano Ducci (PSB-PR), Marcelo Álvaro (PR-MG), Jony Marcos (PRB-SE) e Antonio Jácome (PTN-RN).
Por compor a base aliada de Temer, esses deputados ganham no governo o direito de escolher quem ocupará cargos da administração federal em seus Estados de origem. Serão alvos de retaliação, por exemplo, uma gerência do INSS, ocupada por indicação de Patriota, e uma posto em Itaipu, ocupado por um aliado de Ducci.
DEM APOIOU– Há a expectativa de que o DEM seja poupado, porque entregou os votos de 100% de seus deputados a favor da reforma trabalhista.
Algumas portarias internas com as demissões já foram editadas. A maior parte delas deve acontecer no início da próxima semana, como um recado de que traições em plenário não serão toleradas.
Segundo auxiliares de Temer, nem todas as demissões serão definitivas. Algumas podem ser revertidas se os padrinhos das nomeações decidirem votar com o governo na reforma da Previdência.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antigamente, esse tipo de política era considerado abjeto e chamado de chantagem, que Temer jamais ousará fazer em relação a Renan Calheiros, que hoje é seu maior opositor. Isso nunca dá certo, a reação é irrefreável. A base aliada já era. E com essa postura, Temer vai complicar ainda mais a aprovação das propostas de Meirelles, que é o verdadeiro governante deste país. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Antigamente, esse tipo de política era considerado abjeto e chamado de chantagem, que Temer jamais ousará fazer em relação a Renan Calheiros, que hoje é seu maior opositor. Isso nunca dá certo, a reação é irrefreável. A base aliada já era. E com essa postura, Temer vai complicar ainda mais a aprovação das propostas de Meirelles, que é o verdadeiro governante deste país. (C.N.)
30 de abril de 2017
Paulo Gama
Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário