Intriga, espanta e admira, a declaração prestada pelo ex-procurador-geral do Rio de Janeiro, Claudio Lopes, ao jornal O Globo, publicada neste sábado (pág. 4), no sentido de que “promotores vagabundos estão vazando documentos para prejudicar a imagem da instituição”. Isto porque, a meu ver, nada prejudica mais a imagem da instituição do que o ex-procurador-geral declarar que, no MP, existem “promotores vagabundos”. Ademais, se existem promotores vagabundos no MP, cabe perquirir: quem são?
Ora, no momento em que o ex-procurador-geral declara que “há um monte de promotores vagabundos”, deveria o Dr. Claudio Lopes dar nome aos bois, pois a sociedade brasileira tem o direito de saber quem são os vagabundos cujos salários são pagos com o dinheiro do povo do Rio.
Mas como o Dr. Claudio Lopes não nominou os promotores vagabundos, prefiro acreditar que a expressão por ele cunhada não passa de uma contradictio in terminis (contradição entre termos), pois a outra hipótese, vale dizer, tratar-se de um oxímoro, parece ser bem pior para a sociedade fluminense.
Assim, ficamos todos bem, certos de que promotores vagabundos não há no MP e de que a infeliz frase cunhada pelo Dr. Claudio Lopes não passou de um justificado arroubo, próprio daqueles que pensam que “a melhor defesa é o ataque” ou que “um erro justifica o outro”.
Cada país tem o servidor público que merece, mas não há como deixar de sentir pena do Rio, que atravessa a maior crise de moralidade administrativa de sua história…
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, oximoro é uma figura de linguagem em que ocorre falso paradoxo, com uso de palavras de sentido contrário. Ou seja, se fosse verdade a existência de promotores vagabundos, seria ainda pior para todos nós. Quanto ao procurador Cláudio Lopes, parece ser um exemplo concretude de vagabundagem funcional. (C.N.)
30 de abril de 2017
Fernando Orotavo Neto
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