"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 1 de março de 2017

FORÇA-TAREFA JÁ IDENTIFICOU QUATRO OPERADORES DE PROPINAS DO PMDB NA PETROBRAS



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Romero Jucá ainda tenta negar o envolvimento do PMDB
Com três anos de investigações, a Lava-Jato fecha o cerca contra políticos do PMDB, partido do presidente Michel Temer. A legenda controlava a Diretoria de Internacional da Petrobras, no esquema de fatiamento da áreas estratégicas da estatal por partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de 2007, também teve participação na área de Abastecimento, junto com o PP.
O PMDB tinha pelo menos quatro operadores de propinas já identificados pela Lava-Jato no esquema de corrupção da Petrobras: Jorge e Bruno Luz, João Augusto Henriques e Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano. Os dois primeiros – pai e filho – foram presos na sexta-feira (24/2), nos Estados Unidos, alvo da 38ª fase da operação.
Considerados por investigadores da força-tarefa, em Curitiba, como importantes componentes da complexa e sofisticada máquina de corrupção engendrada na Petrobras por políticos, agentes públicos e empresários, os operadores de propina foram nos três anos de Lava-Jato os principais pontos de expansão da investigação – que se encontra em seu momento de maior contraofensiva política.
PASADENA – Foi na Diretoria Internacional o estrondoso episódio da compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Sobre o negócio, paira a acusação de prejuízo de cerca de R$ 800 milhões, como a do Tribunal de Contas da União (TCU). A Lava-Jato tem um inquérito aberto, em que já foram identificados pagamentos de propinas e irregularidades no negócio.
Além da aquisição de refinarias no exterior, a diretoria cota do PMDB cuidava das compras de plataformas de exploração de petróleo fora do Brasil, da aquisição de campos de exploração de petróleo e gás.
Fernando Baiano foi o primeiro operador do PMDB preso pela Lava Jato. Ele foi detido em novembro de 2014, acusado de atuar em nome do ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró. O lobista fechou em 2015 acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR) e conseguiu o direito de cumprir prisão domiciliar por suas revelações. Ele citou propinas para o ex-presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA), citando o negócio de Pasadena, entre outros.
CERVERÓ DELATOU – Ex-diretor da Área Internacional entre 2003 e 2008, Nestor Cerveró teve que fazer delação premiada, após o operador Fernando Baiano confessar seu envolvimento no esquema e a arrecadação de valores para os políticos do PMDB – que lhe davam sustentação no cargo.
João Henriques é um ex-executivo da Petrobras, que depois de deixar o cargo passou a atuar como lobista. Além de abrir portas na estatal para empresários, operacionalizava a corrupção de agentes públicos e políticos, para garantir benefícios nas disputas de mercado por contratos.
Henriques foi preso em setembro de 2015, mesmo mês em que Fernando Baiano fechou sua delação premiada com a força-tarefa. Segundo a Lava Jato, ele tinha relação direta com o ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, preso desde julho de 2015 e que sucedeu Cerveró no cargo.
OPERAÇÃO BLACKOUT – Foi das investigações que tinham como alvo os dois operadores ligados ao PMDB que a Lava Jato chegou à Operação Blackout. A 38ª fase levou para a cadeia Jorge Luz, o mais antigo dos operadores de propinas da Petrobras, que foi citado em delações premiadas como elo da corrupção com medalhões do partido. O lobista e o filho Bruno Luz, que atuava com ele, estão presos desde sábado em Brasília e serão levados para Curitiba nesta quinta-feira.
Com ameaças veladas de Eduardo Cunha de virar delator e agora a prisão de mais dois operadores de propinas do PMDB, aumentam as chances do ex-deputado pedir delação premiada, na avaliação de investigadores.
Em meio à repercussão de Jorge e Bruno Luz, a assessoria do PMDB o presidente do PMDB, senador Romero Jucá, afirma que os envolvidos nesta operação “não tem relação com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – E adianta alguma coisa entrevistar um elemento como Romero Jucá? O fato de ser presidente do PMDB compromete  inteiramente o partido. (C.N.)

01 de março de 2017
Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

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