"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

VIOLÊNCIA NO ESPÍRITO SANTO DEMONSTRA A RUPTURA DE VALORES MORAIS


Resultado de imagem para saques em vitoria
Loja de eletrodomésticos é saqueada na cidade de Vitória
A onda de violência e as cenas de saques coletivos no Espírito Santo representam apenas uma ponta da crise pela qual a sociedade atravessa. Segundo um antropólogo e um psicanalista ouvidos pelo Globo, o impulso de cidadãos comuns para o crime vai além do senso de oportunidade pela falta de policiamento nas ruas. Está relacionado ao colapso das referências, dos valores da população. Para o psicanalista Luiz Fernando Gallego, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), as recorrentes denúncias contra agentes públicos mudam a forma como as pessoas lidam com as restrições sociais:
— Há pessoas que se limitam por questões morais. Há outras que só se pautam pelos limites externos: a polícia, a lei, o limite de ser preso. E tem gente que raciocina: acho que dá para fazer sem ser pego. Os valores sociais obrigam aqueles que não aceitam a lei moral a aceitar a lei penal, mas quando a lei penal falha…
REGRAS SOCIAIS – O antropólogo Bernardo Conde, professor da PUC-Rio, explica que a sociedade funciona como um acordo que todos cumprem para se sentir seguros. Porém, as regras sociais são rompidas nos momentos de quebra desse acordo, como acontece no Espírito Santo.
— O que encoraja as pessoas é a ideia de que elas não têm muito a perder. Vivemos uma cultura da propriedade privada que se sustenta pela via moral ou da força. Quando vemos figuras públicas burlando a lei, a dimensão moral começa a despencar. As pessoas se sentem injustiçadas. O segundo elemento é a repressão. Se há uma garantia de que não vão ser punidas, as pessoas deixam de se sentir impedidas — diz.
EXEMPLO DE VITÓRIA – Bernardo Conde lembra que há uma sensação de impotência crescente entre a população. Já Luiz Fernando Gallego ressalva que a visão da psicanálise é reducionista para explicar uma questão complexa. Há outros elementos para entender o comportamento diante dos saques.
— As pessoas estão sem emprego, sem condições econômicas, vivendo uma crise grave. Não é diferente de quando um caminhão tomba na estrada e as pessoas vão lá pegar a carga. Em momentos de crise, a tendência de voltar a um estado mais pré-civilizatório é maior — afirma.

08 de fevereiro de 2017
postado por m.americo

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