"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

PIADA DO ANO: TEMER VAI NOMEAR UM MINISTRO DA JUSTIÇA QUE É CONTRA A LAVA JATO



Mariz, preferido de Temer, quer inviabilizar a Lava Jato
O presidente Michel Temer conseguiu o sinal verde da cúpula do PSDB para nomear o advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, seu amigo pessoal, para o Ministério da Justiça. Temer consultou nesta quarta-feira o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), sobre a possibilidade de escolher um nome que não tivesse vinculação com o partido, já que, até então, a pasta era ocupada pelo tucano Alexandre de Moraes, agora indicado por Temer para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Aécio, Temer consultou outras lideranças partidárias sobre a substituição de Alexandre Moraes. Nessas conversas, manifestou sua preferência por Mariz, desde o início, e que estaria disposto a “comprar a briga” para indicá-lo para o cargo. De manhã ele esteve com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
Como nomes tucanos tinham sido ventilados — os senadores Aloysio Nunes Ferreira (SP) e Antônio Anastasia (MG), além do deputado Carlos Sampaio (SP) —, Temer se sentiu na obrigação de conversar com Aécio para acomodar o PSDB no caso da escolha de um nome de fora, como o de Mariz.
SEM OPOSIÇÃO – A Temer, Aécio disse que o PSDB não vai se opor a nenhum nome que o presidente escolher, desde que seja “um bom nome”.
— Estamos liberando para que o presidente escolha um bom nome para o ministério. Minha relação com o presidente nunca foi impositiva. Nosso alinhamento com o governo é para o bem ou para o mal. Por isso, acho natural que ele nos consulte. O que queremos é que o presidente escolha um bom nome, não o colocamos na parede — afirmou Aécio após o encontro.
A eventual nomeação de Mariz é bem vista pela cúpula tucana. O advogado quase se tornou ministro da Justiça em abril do ano passado, convidado por Temer, mas o presidente, então interino, recuou após declarações polêmicas de Mariz contra a operação Lava-Jato. Para os tucanos, isto não o desqualifica. Aécio defende que Mariz não pode “ser queimado” por conta de suas posições.
TUCANOS APOIAM – Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), a interpretação de Mariz sobre a Lava-Jato é válida. “Vários criminalistas têm tido posição contra algumas atitudes da Lava-Jato, o que é uma interpretação mais que válida, necessária para que haja o contraditório. Isto não o desqualifica. Mariz é um grande jurista. As pessoas têm que ter opinião” — afirma o senador Tasso Jereissati.
Segundo relatos, Temer passou a se sentir fortalecido para fazer uma escolha de cunho pessoal, que pode gerar polêmicas, depois de ter indicado Alexandre de Moraes para o STF. Mesmo com as posições contrárias à indicação de Moraes, pelo fato de ser filiado a partido e ter uma atuação no mundo político, o presidente acabou batendo o martelo e avaliou que a repercussão de sua escolha foi positiva. Com isto, Temer teria ganhado “musculatura pessoal” para enfrentar outra indicação que pode sofrer resistências.
A avaliação de aliados do presidente é que o PMDB tampouco vai fazer força contra sua escolha. “O PMDB está fazendo um varejão enorme no governo com essa gritaria sobre o Ministério da Justiça. O presidente não acha que tenha que nomear um peemedebista para o ministério, mas acaba ficando mais aberto a atender outras demandas dos parlamentares no segundo e terceiro escalões” — afirma um aliado de Temer.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, virou bagunça e parece Piada do Ano, mas o fato concreto é que Temer rasgou a fantasia e assumiu o comando do movimento para inviabilizar a Lava Jato. Acha que esse tipo de jogada vai dar certo e os caciques da base aliadas sairão incólumes. Por isso, combinou tudo com os tucanos. Eles podem se enganar à vontade, porque sonhar ainda não é proibido. Na verdade, ocorrerá justamente o contrário. Todos ficarão ainda mais desmoralizados, porque não há como destruir a Lava Jato.Daqui a pouco a gente volta ao assunto. (C.N.)

08 de fevereiro de 2017
Júnia Gama e Maria Lima
O Globo

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