Funcionário da Prefeitura saiu do carro e foi logo atirando |
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, entrou em contato nesta quarta-feira, 28, com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e pediu a atuação da Polícia Federal na investigação do assassinato do candidato à prefeitura de Itumbiara (GO), José Gomes da Rocha (PTB).
“Nós estamos em contato estreito com o Ministério da Justiça e também já pedimos que a Polícia Federal atue na investigação desses episódios que repercutem e podem afetar o pleito eleitoral”, disse Gilmar Mendes nesta quinta-feira, durante a sessão plenária do TSE. “Estamos acompanhando com todo o cuidado o desdobramento desses episódios, que eles sejam desde logo esclarecidos, investigados”, destacou o ministro.
Nesta quarta-feira, o TSE divulgou nota informando que o presidente da corte eleitoral “repudia” a morte de José Gomes da Rocha (PTB).
ATENTADO – “(O episódio em Itumbiara) Deu a impressão de atentado. As investigações ainda estão sendo feitas, ainda não se tem claro qual foi a motivação, mas evidentemente parece estar associado a um contexto ou atuação política. Isso certamente será devidamente esclarecido. Mas realmente se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos”, disse o ministro a jornalistas.
Segundo informações do TSE, já foram registrados pelo menos 20 homicídios envolvendo candidatos e pré-candidatos a cargos eletivos ao longo dos últimos nove meses. Os assassinatos ocorreram em 10 Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará, Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte, Acre, Rondônia, Rio Grande do Sul e Goiás.
EXECUÇÃO – O candidato a prefeito José Gomes da Rocha (PTB), o Zé Gomes, foi executado na quarta-feira, 28, com um tiro na cabeça. O autor dos disparos, o funcionário público Gilberto Ferreira do Amaral, e o policial militar Vanilson Rodrigues morreram minutos depois em tiroteio. O vice-governador, José Eliton (PP), então chefe do Executivo estadual em exercício, foi baleado e levado para o hospital municipal. Ele seria submetido a uma cirurgia para a retirada de dois projéteis.
Na segunda-feira, 26, o presidente da Portela e candidato a vereador pelo PP, Marcos Vieira de Souza, conhecido como Marcos Falcon, foi assassinado a tiros em Campinho, zona norte do Rio, em pleno comitê de campanha. Ele era ex-policial militar, acusado de ligação com milícias e estava jurado de morte havia meses, segundo investigação da Polícia Civil do Rio.
SEM EXPLICAÇÃO – Questionado sobre outros episódios de violência envolvendo candidatos nesta campanha eleitoral, o ministro Gilmar Mendes disse que o TSE está acompanhando os casos “com muita atenção”. “Estamos atendendo aos pedidos feitos pelos tribunais regionais e governadores para presenças de forças federais nos vários Estados”, destacou Gilmar Mendes.
“Estamos ainda carentes de explicação (sobre a morte de candidatos nessas eleições), no Rio de Janeiro nós temos a presença de milícias, a questão do crime organizado, narcotráfico. Estivemos duas vezes na Baixada Fluminense, conversamos com as autoridades, discutimos a presença das Forças Armadas e Nacional”, ressaltou Gilmar.
Para o presidente do TSE, “aparentemente” a maioria dos casos de morte de candidatos está relacionada a questões eleitorais. “Embora também as autoridades do Rio tenham dito que havia disputa de algumas atividades ligadas ao crime comum, ao crime ordinário, mas isso envolve sempre milícias, envolve o narcotráfico. Alguns candidatos estão associados, o que traz uma outra preocupação, que é o crime organizado participando do processo eleitoral, isso realmente é algo delicado”, acrescentou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O número de assassinatos, na verdade, é muito maior. Nesta quarta-feira, em Cuiabá (MT), u ato político acabou em tiroteio. O candidato Julio Cesar Maia Pereira, conhecido como Julio da Power, foi assaltado e seu pai foi morto pelos ladrões. O candidato e outras duas pessoas também foram baleadas. Nesse caso, porém, foi crime comum, sem conotação política. De toda forma, o número de candidatos assassinados é alarmante.(C.N.)
01 de outubro de 2016
Rafael Moraes Moura
Estadão
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