"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de outubro de 2016

CANDIDATOS DO PMDB EVITAM QUALQUER ASSOCIAÇÃO COM TEMER EM SUAS CAMPANHAS



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Charge do Montanaro, reprodução do UOL











Há algo em comum nas duas eleições mais importantes do ano. Com medo de perder votos, os candidatos do PMDB no Rio e em São Paulo decidiram esconder Michel Temer de suas campanhas. Ninguém quer aparecer ao lado do presidente, que passou a ser visto como um espantalho de eleitores.
Na disputa carioca, Pedro Paulo tenta ignorar a existência de Temer. Apesar de contar com o maior tempo de propaganda, o peemedebista não exibiu nenhuma imagem do correligionário. Nos debates, ele tem sido chamado de “golpista” — o deputado era aliado do PT, mas votou a favor do impeachment na Câmara.
A omissão de Temer provoca mais estranhamento porque três ex-presidentes participam ativamente da campanha no Rio. Fernando Henrique Cardoso pede votos na TV para o candidato do PSDB, Carlos Roberto Osório. Nos últimos dias, Lula e Dilma Rousseff subiram no palanque de Jandira Feghali, do PCdoB.
MARTA QUER DISTÂNCIA – Temer também é o grande ausente na eleição de São Paulo, onde votará no domingo. Marta Suplicy tem se esforçado para evitar a associação com o aliado. Mesmo assim, seu comitê atribui a queda recente nas pesquisas à impopularidade dele. O fantasma de retirada de direitos dos mais pobres, representado pelas reformas trabalhista e previdenciária, passou a assombrar a senadora.
A rejeição ao presidente se transformou na principal esperança de Fernando Haddad para ultrapassar Marta e voltar a sonhar com a ida ao segundo turno. Em ato na noite de terça (27), o petista iniciou o discurso com a palavra “Primeiramente”. A plateia entendeu a deixa e respondeu com um sonoro “Fora Temer”.
Na semana decisiva, o tucano João Doria exibiu o apoio de FHC no horário eleitoral. Lula ainda não apareceu no programa petista, mas participou de duas atividades públicas com Haddad. O prefeito só evitou aparecer com Dilma — afinal, a capital paulista concentrou as maiores manifestações a favor do impeachment.

01 de outubro de 2016
Bernardo Mello Franco
Folha

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