DILMA FURA FILA DO INSS PARA SE APOSENTAR, VERGONHA NACIONAL
Cascais, Portugal - Se realmente a ex-presidente Dilma usou de sua influência para se aposentar furando a fila do INSS, como denuncia a revista Época, é golpe baixo. Estamos diante de um desrespeito ao brasileiro jamais visto no país. Quem conhece a geringonça da previdência no Brasil sabe perfeitamente que não é fácil para um cidadão comum requerer a sua aposentadoria, mesmo com todos os papéis legais. Isso sem contar com o constrangimento do desprezo e a humilhação de boa parte dos atendentes.
No caso da Dilma alguns desses servidores não pareceram tão zelosos ao analisar os documentos dela alterados 16 vezes para beneficiá-la. A ex-presidente pode, então, sem nunca ter ido à agência do INSS, aposentar-se pelo teto máximo – mais de 5 mil reais, graças a intervenção de Carlos Gabas, funcionário de carreira, ex-ministro da Previdência Social no governo petista, que fez tudo por baixo do pano. O MP avisou que vai apurar o caso que configura crime de improbidade administrativa. E o Ministério do Desenvolvimento Social já anunciou o afastamento dos servidores que participaram do esquema fraudulento.
A ex-presidente não precisou enfrentar filas nem agendar o dia para comparecer ao INSS, como fazem todos os candidatos à aposentadoria. Acionou apenas Carlos Gabas que serviu de estafeta para a ex-chefe furar a fila e conseguir aposentadoria um dia depois do impeachment. Assim, um grupo devotado de servidores, sob as suas ordens, trabalhou com dedicação exclusiva para beneficiar a Dilma, que agora tem três aposentadorias: a de anistiada, a de ex-presidente e a do INSS, uma vergonha nacional para quem ainda se divulga honesta e se diz vítima de um golpe. Furar a fila do INSS, isto sim, é um golpe contra milhares de brasileiros que tentam diariamente vencer a burocracia do órgão para fazer valer os seus direitos nem sempre respeitados.
O governo descobriu o favorecimento e afastou três funcionários. Um deles, Carlos Gabas. Ele nega que teria ajudado a sua ex-chefe, mas os dados não mentem. Dilma entrou com pedido de aposentadoria em uma agência do INSS em Brasília que normalmente da prazo de mais de três meses para concluir o processo, mas ela se aposentou em menos de 72 horas graças a equipe de funcionários, chefiada por Gabas, que ficou à sua disposição.
Você pode até achar que a ex-presidente não precisaria entrar na fila para se aposentar como fazem os mortais comuns. Ora, como ex-presidente, ela deveria dar o exemplo e aguardar o tempo legal do trâmite da documentação como faz todo segurado. Além disso, ao deixar o cargo de presidente, ela voltou a ser uma pessoa comum e, portanto, teria que obedecer às leis do país sob pena de ser penalizada criminalmente.
Ao distribuir uma nota oficial negando os privilégios, a Dilma volta a falar em honestidade. Diz, por exemplo, que até seus oponentes apontam essa como uma de suas qualidades. É leviana, mais uma vez, quando generaliza o comentário sem citar sequer um desses adversários. A exemplo do golpe, que não cola mais, agora tenta carimbar nela a palavra honestidade para contrapor o seu envolvimento no caixa dois da sua campanha administrado por Palocci, o ex-ministro que intermediou o roubo nas empresas públicas.
A equipe que trabalhou sob as ordens de Gabas foi afastada. Como é forte a suspeita de fraude no esquema, pois não foi obedecido o critério da análise convencional exigido por lei, o governo bem que deveria suspender os seus proventos já que, ao afastar os servidores, coloca sob suspeita todo o processo da aposentadoria da ex-presidente.
O que surpreende a todos nós, de verdade, é saber que durante seis anos essa senhora governou o Brasil, uma das maiores economias do mundo, dessa forma: transgredindo a lei, acumpliciando-se com a corrupção e praticando atos bizarros, mesquinhos e truculentos como esses de furar uma fila do INSS enquanto milhares de brasileiros – muito dos quais seus eleitores – madrugam em infindáveis filas para justificar suas aposentadorias.
Ainda bem que o pesadelo acabou. Ufa!
03 de outubro de 2016
Jorge Oliveira
Cascais, Portugal - Se realmente a ex-presidente Dilma usou de sua influência para se aposentar furando a fila do INSS, como denuncia a revista Época, é golpe baixo. Estamos diante de um desrespeito ao brasileiro jamais visto no país. Quem conhece a geringonça da previdência no Brasil sabe perfeitamente que não é fácil para um cidadão comum requerer a sua aposentadoria, mesmo com todos os papéis legais. Isso sem contar com o constrangimento do desprezo e a humilhação de boa parte dos atendentes.
No caso da Dilma alguns desses servidores não pareceram tão zelosos ao analisar os documentos dela alterados 16 vezes para beneficiá-la. A ex-presidente pode, então, sem nunca ter ido à agência do INSS, aposentar-se pelo teto máximo – mais de 5 mil reais, graças a intervenção de Carlos Gabas, funcionário de carreira, ex-ministro da Previdência Social no governo petista, que fez tudo por baixo do pano. O MP avisou que vai apurar o caso que configura crime de improbidade administrativa. E o Ministério do Desenvolvimento Social já anunciou o afastamento dos servidores que participaram do esquema fraudulento.
A ex-presidente não precisou enfrentar filas nem agendar o dia para comparecer ao INSS, como fazem todos os candidatos à aposentadoria. Acionou apenas Carlos Gabas que serviu de estafeta para a ex-chefe furar a fila e conseguir aposentadoria um dia depois do impeachment. Assim, um grupo devotado de servidores, sob as suas ordens, trabalhou com dedicação exclusiva para beneficiar a Dilma, que agora tem três aposentadorias: a de anistiada, a de ex-presidente e a do INSS, uma vergonha nacional para quem ainda se divulga honesta e se diz vítima de um golpe. Furar a fila do INSS, isto sim, é um golpe contra milhares de brasileiros que tentam diariamente vencer a burocracia do órgão para fazer valer os seus direitos nem sempre respeitados.
O governo descobriu o favorecimento e afastou três funcionários. Um deles, Carlos Gabas. Ele nega que teria ajudado a sua ex-chefe, mas os dados não mentem. Dilma entrou com pedido de aposentadoria em uma agência do INSS em Brasília que normalmente da prazo de mais de três meses para concluir o processo, mas ela se aposentou em menos de 72 horas graças a equipe de funcionários, chefiada por Gabas, que ficou à sua disposição.
Você pode até achar que a ex-presidente não precisaria entrar na fila para se aposentar como fazem os mortais comuns. Ora, como ex-presidente, ela deveria dar o exemplo e aguardar o tempo legal do trâmite da documentação como faz todo segurado. Além disso, ao deixar o cargo de presidente, ela voltou a ser uma pessoa comum e, portanto, teria que obedecer às leis do país sob pena de ser penalizada criminalmente.
Ao distribuir uma nota oficial negando os privilégios, a Dilma volta a falar em honestidade. Diz, por exemplo, que até seus oponentes apontam essa como uma de suas qualidades. É leviana, mais uma vez, quando generaliza o comentário sem citar sequer um desses adversários. A exemplo do golpe, que não cola mais, agora tenta carimbar nela a palavra honestidade para contrapor o seu envolvimento no caixa dois da sua campanha administrado por Palocci, o ex-ministro que intermediou o roubo nas empresas públicas.
A equipe que trabalhou sob as ordens de Gabas foi afastada. Como é forte a suspeita de fraude no esquema, pois não foi obedecido o critério da análise convencional exigido por lei, o governo bem que deveria suspender os seus proventos já que, ao afastar os servidores, coloca sob suspeita todo o processo da aposentadoria da ex-presidente.
O que surpreende a todos nós, de verdade, é saber que durante seis anos essa senhora governou o Brasil, uma das maiores economias do mundo, dessa forma: transgredindo a lei, acumpliciando-se com a corrupção e praticando atos bizarros, mesquinhos e truculentos como esses de furar uma fila do INSS enquanto milhares de brasileiros – muito dos quais seus eleitores – madrugam em infindáveis filas para justificar suas aposentadorias.
Ainda bem que o pesadelo acabou. Ufa!
03 de outubro de 2016
Jorge Oliveira
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