UMA NOVA HISTÓRIA
O que a esta operação da Lava Jato faz é criar uma nova história. Há sólidas evidências de que não existem três casos isolados, mas um único enredo de corrupção e apropriação do Estado em que o modus operandi se prolonga no tempo. Personagens se reencontram e pulam de um escândalo para outro.
Isso já havia sido verificado em parte com as prisões do ex-ministro José Dirceu, primeiro no mensalão, agora no petrolão. Mas o que a nova operação revela é algo maior. O ainda inexplicado assassinato de Celso Daniel, na época coordenador do programa de governo do candidato Lula, retorna como o fato fundador da associação do PT à criminalidade pesada.
OPERAÇÃO SILÊNCIO
O empresário Ronan Maria Pinto, personagem de proa àquela época, é apontado como destinatário de R$ 6 milhões de um empréstimo fraudulento do Banco Schahin, articulado por José Carlos Bumlai, amigo de Lula, para que Pinto não contasse o que sabe sobre o assassinato. Silvio Pereira e Delúbio Soares, dois dos protagonistas do mensalão, novamente voltam à berlinda como facilitadores dessa operação. Marcos Valério de Souza, o operador do esquema de financiamento ilegal que quase derrubou Lula naquela época, corrobora a operação para silenciar Ronan.
Para a presidente Dilma Rousseff, às vésperas de uma dura votação sobre seu impeachment, e para Lula, pessoa muito próxima de vários dos implicados nos diversos escândalos, o cenário não poderia ser pior. Velhos fantasmas adormecidos ressurgem para reforçar as suspeitas de agora, a serem apuradas com maior profundidade depois do impeachment.
14 de janeiro de 2016
Fábio Zanini
Folha
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