"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

CONVULSÃO SOCIAL TERÁ CONSEQUÊNCIAS PIORES DO QUE EM 1964



Achar que uma grade poderá conter multidões é alta responsabilidade


















Na acirrado momento político do Brasil, muitos analistas traçam paralelos com 1964, ano do golpe militar. A polarização, os protestos nas ruas, a mobilização de setores da sociedade em torno dos grupos adversários e a possibilidade de um presidente da República ser afastado alimentam as comparações. Mas uma análise detalhada sobre o perfil da população brasileira hoje e em 1964 acende o sinal de alerta a respeito do desfecho de um possível conflito social.
Em 1964, o país tinha cerca de 70 milhões de pessoas. Deste total, cerca de 45% eram jovens abaixo dos 20 anos, o que corresponde a aproximadamente 30 milhões de pessoas.
Hoje, o Brasil tem quase três vezes mais habitantes – 200 milhões. Deste total, 97 milhões têm menos de 30 anos, e nada menos de 68% – ou 136 milhões – são das classes C, D e E. Cerca de 20 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais e são das classes mais favorecidas que, por terem acesso à saúde de qualidade, têm expectativa de vida mais elevada.
130 MILHÕES DE POBRES
Na crise de 1964, a população mais jovens e de classe mais favorecida, girava em torno de 20 milhões. Hoje, com o elevado nível de desemprego, a instabilidade econômica e a revolta da população com a classe política, temos nada menos que 130 milhões de brasileiros entre os mais pobres, e nada menos que 97 milhões na faixa até 30 anos.
O que aconteceria ao país se esta imensa massa de descontentes, se este gigantesco número de brasileiros sofridos, que nada têm a perder – pois já perderam tudo – fosse às ruas cobrar os seus direitos? Os números mostram que, hoje, a população desfavorecida, que não tem acesso a escola, alimentação, saúde e segurança, tem proporções muito maiores do que a de 50 anos atrás. Por isso, as consequências de uma convulsão social hoje têm também proporções assustadoramente maiores do que o que aconteceu ao país em 1964.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Enviado pelo comentarista Paulo Peres, sempre atento ao quadro político, o editorial do JB é importante e instigante. Há um pequeno erro, porque em 1964 o país já tinha quase 80 milhões de habitantes, mas isso não tira a validade do raciocínio. O caos interno que acontecerá com os “movimentos sociais” nas ruas é uma ameaça é muito grave. Até agora o governo do Distrito Federal não solicitou reforço da Guarda Nacional para a manifestação bipolar de domingo, na Praça dos Três Poderes. Achar que aquela gradezinha poderá conter a multidão de militantes a favor de Dilma Rousseff é um ato da maior irresponsabilidade administrativa(C.N.)

14 de abril de 2016
Deu no Jornal do Brasil

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