O vice-presidente Michel Temer definiu uma das primeiras medidas que tomará se assumir o governo. Fará auditoria nas contas dos bancos públicos. Os alvos serão as operações na Caixa Econômica, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia nos 13 anos da gestão petista. A justificativa é que, depois da Petrobrás e pedaladas, há motivos para o pente-fino. Mais do que isso. Será uma sinalização de que Temer manterá a guerra com o PT mesmo podendo atingir o PMDB, que tem seis vice-presidências na Caixa.
Na área social, o vice-presidente adiou a divulgação de seu programa. Primeiro, quer ouvir sindicalistas. A divulgação estava marcada para esta quarta-feira, 27. Além disso, há divergências no PMDB quanto ao momento de torná-lo público.
ESTRATÉGIA
Para a cúpula da legenda, o partido deve se concentrar para fazer avançar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no Senado. Também avalia que o PMDB não deve entrar no debate de benefícios sociais já existentes. O entendimento desses peemedebistas é de que o foco deve ser tomar conhecimento do tamanho do problema na área econômica para depois defender possíveis ajustes nos benefícios.
A apresentação do programa social do PMDB é uma tentativa de o partido se blindar das acusações de petistas segundo as quais, se Temer assumir a Presidência, programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Pronatec vão acabar.
CENTRAIS SINDICAIS
Temer busca, ainda, respaldo de centrais sindicais. Para tanto, recebe hoje presidentes da Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a fim de construir um contraponto à CUT, apoiadora do PT que o classifica como “golpista”.
Na conversa de hoje os sindicalistas tentarão obter de Temer um compromisso de preservação dos direitos dos trabalhadores. “Vemos com preocupação a defesa de empresários, liderados pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, de temas como a flexibilização genérica na área trabalhista”, disse o presidente da UGT, Ricardo Patah.
“CASTANHAS EM JOGO”
A recente e longa conversa de Temer com o presidente da Fiesp deixou sindicalistas em alerta. “Ele tem ouvido empresários e financistas, então queremos ir lá também colocar nossas castanhas em jogo”, disse o presidente da CSB, Antonio Fernandes dos Santos Neto.
Para o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical, não haverá reforma trabalhista. “Se já é difícil para um governo eleito, imagina para um governo transitório.” Ele pretende dizer, porém, que a conta da recessão e do ajuste “não pode ser paga por um lado só, o dos trabalhadores.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se realmente a gestão Temer abrir a caixa-preta dos bancos estatais, muita gente irá para a cadeia. Será uma nova versão da Lava Jato, específica para o setor bancário. Vamos aguardar a confirmação dessa providência. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se realmente a gestão Temer abrir a caixa-preta dos bancos estatais, muita gente irá para a cadeia. Será uma nova versão da Lava Jato, específica para o setor bancário. Vamos aguardar a confirmação dessa providência. (C.N.)
29 de abril de 2016
Marcelo de Moraes, Erich Decat e Lu Aiko Otta
Estadão
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