"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 9 de março de 2016

LULA CONSEGUE ENTERRAR AINDA MAIS A SUA BIOGRAFIA



Charge do Kacio, reprodução da Charge Online



















Em sua defesa na sexta-feira, o ex-presidente Lula cavou um pouco mais o buraco onde vai sendo enterrada sua biografia. O ex-presidente afirmou que os avanços sociais no país levaram as “elites” a persegui-lo, assim como à caça ao PT. O trabalho e o recolhimento de provas na Lava Jato e no Ministério Público seriam, em última análise, destinados a interromper o processo de melhora de vida dos mais pobres. Isso seria contrário ao desejo das elites.
Em 13 anos de poder, o PT promoveu a maior distribuição de renda da história brasileira. A renda dos 10% mais pobres aumentou, em termos reais (acima da inflação), cerca de 130% no período. A dos 10% mais ricos, 30%. Todos ganharam.
Ao final de seu governo, entregue com uma taxa de crescimento de 7,5%, a maior em 25 anos, Lula foi coroado como o presidente mais popular da história. Era apoiado pela grande maioria da população (83%), elogiado por empresários e reconhecido amplamente no exterior.
CRESCIMENTO DO PIB
Além de distribuir renda, Lula conseguiu dobrar a taxa de crescimento do PIB em relação a FHC. Fez o Brasil acumular bilhões de dólares em reservas e ampliou como nunca o mercado consumidor, com mais acesso a bens e serviços.
No Nordeste, garantidor das últimas vitórias do PT, o ex-presidente virou rei. E a “mulher de Lula”, a “Vilma”, foi a escolha natural para a sua sucessão. Lula chegaria assim a presidente “tribom”, com disse nesta sexta. Eleito, reeleito e fazedor de sucessor.
Dilma depois arruinou a economia e pôs os pobres no caminho de volta. É jogo jogado. Ela foi eleita democraticamente e tinha o direito de governar como julgasse necessário. Se mentiu e o povo engoliu na conquista de um segundo mandato, problema do país. Donald Trump também está aí.
DIVIDINDO O PAÍS
Ao mesmo tempo que tenta dividir o país entre “nós” e “eles”, Lula demonstra todo o seu isolamento ao voltar a se abraçar em Dilma. O naufrágio econômico também seria culpa das mesmas investigações contra ele, que teriam paralisado o governo.
Apesar dos prováveis imprevistos, a Lava Jato e a atual recessão parecem ter definido a sua dinâmica. O grau de degradação na ação e discurso de seus envolvidos passa agora à grande incógnita

09 de março de 2016
Fernando Canzian
Folha

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