"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 9 de março de 2016

DELAÇÃO DA ODEBRECHT COMEÇA A SER FEITA APENAS PELOS EXECUTIVOS



Marcelo só fará delação na segunda etapa



















A Odebrecht avançou na decisão de que executivos do grupo vão negociar um acordo de delação premiada e acertou com o advogado Theo Dias, filho do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, para cuidar das tratativas iniciais com a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. Não está certo, no entanto, se Dias será o advogado dos executivos se as negociações avançarem. O advogado já cuidou de um acordo na Operação Lava Jato: o do lobista Milton Pascowitch, acusado de repassar propina da Engevix para políticos como o ex-ministro José Dirceu. Em nota à Folha, a Odebrecht “nega a contratação do escritório para os fins descritos na matéria”. Procurado, Dias não foi localizado pela reportagem.
O ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, não faz parte do grupo por enquanto, segundo a Folha apurou com profissionais que atuam no caso. Entre os executivos que tentarão fechar um acordo com os procuradores e a Polícia Federal estão Márcio Faria e Rogério Araújo, ambos condenados nesta terça-feira (8) a dez anos de prisão pelo juiz federal Sergio Moro por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e por integrar uma organização criminosa.
DEPENDE DA FORÇA-TAREFA
A palavra final sobre o acordo é da força-tarefa da Lava Jato e depende do tipo de informação que os executivos vão fornecer sobre as irregularidades que a empresa praticou. Para os executivos, o acordo pode livrá-los da prisão, o que poderia ocorrer ainda este ano caso a sentença desta terça seja confirmada pelo Tribunal Regional Federal de Porto Alegre.
A Folha revelou nesta terça que a secretária Maria Lúcia Tavares, da Odebrecht, passou a negociar um acordo de delação. Ela é apontada pela força-tarefa da Lava Jato como responsável por guardar a contabilidade dos “acarajés”, codinome que a polícia atribui à propina.
A avaliação de executivos e advogados da Odebrecht é que o grupo corre o risco de encolher, e até quebrar, se não fizer acordos de delação para os seus executivos e de leniência para o grupo.
O acordo de leniência, uma espécie de delação premiada para empresas, visa evitar que a Odebrecht seja declarada inidônea pela Controladoria-Geral da União e, com isso, proibido de celebrar contratos com o governo.
RISCO DE FALÊNCIA
O risco de o grupo quebrar decorre de um efeito no crédito para empresas que têm executivos condenados por corrupção. Os bancos interrompem os empréstimos por causa do risco de a empresa perder contratos.
Há ainda o temor de que a Odebrecht seja processada nos EUA e tenha de pagar milhões de dólares em multas. Um dos pagamentos ao marqueteiro João Santana, com recursos desviados da Petrobras, segundo os procuradores, foi feito no Citibank de Nova York.

09 de março de 2016
Mario Cesar Carvalho
Folha

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