"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A DESFAÇATEZ DO 'CADEEIRO' HERÓI DO POVO BRASILEIRO...

JOSÉ DIRCEU AGREDIU ESTUPIDAMENTE TODOS OS ASSALARIADOS DO BRASIL


“Modéstia à parte, 120 mil é pagamento irrisório”, disse Dirceu












Foi exatamente isso que fez o ex-ministro José Dirceu no depoimento ao juiz Sérgio Moro sobre (parte) da origem de seus ganhos – reportagem de Renato Onofre e Luiza Souto, O Globo, edição de terça-feira, ao dizer que salário que lhe era pago por trabalhos de consultor, de 120 mil reais por mês, era irrisório. 
Mentiu duplamente: pouquíssimas pessoas ganham tal montante em nosso país. E que trabalhos de consultoria foram esses?
Antes de entrar na análise do conteúdo de tais afirmações, devo lembrar que, com base em dados do IBGE, cinquenta por cento dos trabalhadores brasileiros recebem mensalmente até três salários mínimos, sendo que destes, 1/3 tem sua remuneração contida no piso básico. 
O salário médio brasileiro, incluindo os aposentados e pensionistas do INSS, situa-se em torno de 2 mil e 400 reais. Apenas 1%, isso mesmo, 1%, recebem acima de 20 salários mínimos, algo em torno de 18 mil reais. Um por cento. A mão de obra ativa é formada por 100 milhões de pessoas, metade da população.
Através de reportagem de Fausto Macedo e Ricardo Brandt, O Estado de São Paulo, também de terça-feira, destacou outro ponto chocante do depoimento. 
Aquele no qual José Dirceu afirmou clara e diretamente a Sérgio Moro: eu emprestava prestígio, abria oportunidades de negócios. Como? – indago eu. Ele se encontrava preso em regime semiaberto, não podia, portanto, sair do país. Que prestígio era esse que um condenado pelo mensalão possuía? Agora, uma outra pergunta; como um preso em regime semiaberto conseguia viajar para o exterior? Ele esteve em Portugal em companhia do ex-presidente Lula e do empresário Marcelo Odebrecht.
Impressionante a capacidade de Dirceu de conseguir deslumbrar-se na tentativa de deslumbrar os que o assistem e ouvem seus absurdos. 
Um desses, o esforço para assinalar que recebeu, ao todo, 40 milhões de reais pelos seus trabalhos como consultor, mas se encontra em dificuldades financeiras – suas despesas mensais projetam-se à casa de 1 milhão e 200 mil. A quem ele deseja iludir? Só consegue enganar a si mesmo.
FORA DA REALIDADE
José Dirceu pertence ao estranho universo das pessoas que se afastam da realidade dos fatos e vivem numa realidade própria. Não o afastava dessa viagem que empreende com desfaçatez impressionante. Aliás, é um impressionista, linguagem que marca uma fase das artes plásticas, especialmente a pintura.
Mas a política não existe com base na escola impressionista, pois não se pode entrar em conflito com os fatos, ou simplesmente brigar com eles. Pois eles terminam se impondo de forma total. Tampouco é possível a frase célebre de Lincoln – enganar a todos durante todo tempo. 
A verdade emerge, vem à superfície, derruba as versões fantasiosas, isola o irrealista, derruba o próprio irrealismo. E condena tais procedimentos. Como Já condenou triplamente Dirceu. Primeiro, pelo mensalão, que levou Lula a demiti-lo da Casa Civil. Segundo, pela opinião pública. E agora, novamente, em consequência de seu desempenho no escandaloso assalto à Petrobrás.
DINHEIRO DO LOBISTA
Mais uma de José Dirceu: o lobista Milton Pascovitch lhe emprestou dinheiro (700 mil) para que pudesse fazer obras em sua residência. Como? Qual fim ele próprio destinou ao rendimento de 40 milhões de reais proporcionado pelas consultorias que realizou e que lhe causaram tanto trabalho técnico e pesquisas políticas e econômicas?
Essa não…

03 de fevereiro de 2016
Pedro do Coutto

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