Se a presidente Dilma Rousseff não mudou sua política até agora, com a economia em frangalhos e o fechamento de 1,5 milhão de vagas com carteira assinada nos últimos 12 meses, não será com o ministro Nelson Barbosa abaixando a cabeça para tudo que será diferente. O resultado, todos podem esperar: aumento da desconfiança, decepção com o fiscal, dívida pública nas alturas, mais demissões e a necessidade de o Banco Central elevar a taxa básica de juros (Selic) além do desejado para evitar o descontrole da inflação. E mais: a recessão, que já destruiu 2015, se aprofundará em 2016 e tem tudo para comprometer 2017.
“De início, Barbosa até reforçará o compromisso com a responsabilidade fiscal, até para acalmar os ânimos dos investidores. Mas bastará Dilma exigir uma intervenção mais forte do Estado na economia para a máscara cair. É do jogo”, diz um dos poucos ministros que defendiam a permanência de Levy na Fazenda como contraponto às loucuras do Palácio do Planalto.
Dilma e Barbosa formam a dupla perfeita. Pensam da mesma forma. Acreditam que o governo pode tudo. Enquanto os dois se encarregarem de formular e executar a nova política econômica, ou a velha matriz econômica, o Brasil caminhará ladeira abaixo, empurrando o futuro para depois, comprometendo a vida de gerações que tinham tudo para tirar proveito de um país próspero e menos desigual. Os oito anos de governo de Dilma têm tudo para ser as trevas. E não há nenhum exagero nisso.
FOI O QUE RESTOU…
Para os técnicos da Fazenda, a escolha de Nelson Barbosa como sucessor de Levy foi a pior opção de Dilma. Mas todos reconhecem que, diante do que está por vir e do que foi feito com o ex-ministro, seria um milagre alguém mais conceituado ir para o sacrifício.
20 de dezembro de 2015
Vicente Nunes
Correio Braziliense
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