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| Carlos Sampaio (PSDB-SP) fez discurso duro na Câmara. Seguem trechos. |
Essa é uma função administrativa dele. É um deferimento feito a pedidos, formulados por pessoas da mais alta respeitabilidade do País, que já foram aqui citadas: Dr. Hélio Bicudo, Promotor de Justiça, fundador do PT, Professor de Direito; Prof. Miguel Reale, Professor da USP, referência nacional; Dra. Janaína, Professora da USP, referência nacional.
Mais do que isso, Sr. Presidente, esses que formularam esse pedido de impeachment deixaram claro que os pressupostos constitucionais estavam presentes. O crime de responsabilidade estava caracterizado. E eu ouço aqui alguns Parlamentares, e ouvi hoje da Presidente Dilma, que isso é golpe. Presidente Dilma, o que estáprevisto em texto constitucional é lei, é norma nacional, não é golpe. Quem golpeou V.Exa.? A corrupção do seu Governo? De que lado veio o golpe contra V.Exa.? Das mentiras ditas em sua campanha?
Sr. Presidente, não só não é golpe, como é um momento ímpar vivenciado por este País. É uma resposta que estamos dando ao partido do petrolão, ao partido do mensalão. No mensalão, compravam os votos de Deputados nesta Casa Legislativa. No petrolão, oficializaram as compras, fazendo doações, na verdade, pagamento de propina para o Partido dos Trabalhadores, em formato de doação eleitoral.
É um partido inescrupuloso. É um partido que tem em seus quadros grande parte daqueles que lá atuaram presos por desvio de dinheiro público — Senador preso, Deputado preso, presidente de partido preso.
Eu dizia outro dia que o Partido dos Trabalhadores deveria ser extinto e alguns do PT se levantaram contra mim. Eu não estou dizendo que vai ser extinto pelo mal que fez ao País ou que já merecia a extinção, mas porque a lei é clara: quando o dinheiro de doação vem do exterior ou é fruto de corrupção, esse partido perde o seu registro. E a extinção se dá de forma natural.
Mas não é só isso, Sr. Presidente, essa luta nossa — e iniciamos essa luta pelo impeachment em fevereiro — não é contra a Presidente Dilma Rousseff, é uma luta em defesa do nosso País.
As pessoas de bem estão irmanadas neste momento, e por uma razão muito simples: ninguém mais suporta este Governo mentiroso e corrupto. Chega! Chega!
Outro dia desses, ouvi um Deputado do Partido dos Trabalhadores ao microfone dizer que o PSDB, para falar o nome do Presidente Lula, tinha que lavar a boca. Equivocou-se esse Deputado. O PSDB lava a boca depois que fala o nome do Presidente Lula, depois que fala o nome do Partido dos Trabalhadores, porque esses nomes exalam o hálito das pessoas que fazem mal a este País. É neste momento que lavamos a boca, e não antes.
Chega de hipocrisia! O Presidente desta Casa indeferiu 27 pedidos de impeachment. E ele agiu corretamente e tinha legitimidade. Na hora que defere, o PT diz absurdo. Cadê a legitimidade do Presidente? E quando os indeferiu? Por que o PT não se levantou, não se ergueu? Por que não levantou sua voz em defesa da moralidade?
Por uma razão muito simples, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados: esse partido não tem mais moral, não só para governar este País, mas para pedir a palavra nesta Casa Legislativa. Émotivo de achincalhe. É motivo de chacota. É um partido que mente, e mente de uma forma assustadora, à população brasileira.
Hoje, Sr. Presidente, 86% da população brasileira têm a convicção de que a Presidente Dilma sabia da corrupção na PETROBRAS. Hoje, quase 90% da população, daqueles que votariam nela no segundo turno, não mais votariam. Sabe o que é isso, Sr. Presidente? É a demonstração de um governo que se desfaz. E o que épior: mentiu para o mercado e empurrou o Brasil a um abismo do qual não tem fim, um abismo ininterrupto e simplesmente que nos planta, nos coloca e nos permite estar numa situação de vergonha perante os demais países do mundo. Ninguém mais leva a sério este País.
Qual é o nome para a solução deste problema? Impeachment. Qual é a solução para efetivamente o Brasil voltar a caminhar? O afastamento da Presidente Dilma. E nós seguiremos aqui, Sr. Presidente, o rito constitucional, o rito legal. Nós não fazemos golpe. Nós seguimos as normas e as regras vigentes.
Portanto, tenha certeza absoluta, Sr. Presidente, de que seguiremos o nosso caminho em defesa do Brasil, em defesa do impeachment e, mais do que isso, defendendo os preceitos constitucionais que embasaram a fundamentação de impeachment feito contra a Presidente Dilma.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
03 de dezembro de 2015
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