Quem enganou quem? Fala-se do PT e do governo, porque o presidente do partido, Rui Falcão, manifestou-se pela abertura de processo contra Eduardo Cunha, no Conselho de Ética, mas Jaques Wagner, chefe da Casa Civil, em nome da presidente Dilma, determinou que os companheiros absolvessem o presidente da Câmara. Tudo em função do poder de Cunha para engavetar ou dar início a um processo de impeachment contra Madame. Ou da prerrogativa do PT de decidir sobre de processo contra Cunha.
Ontem, na dependência de nova reunião do Conselho de Ética, lembrava-se do episódio do cidadão que, de noite, colocou dois grilos numa caixa de fósforos, apostando que na manhã seguinte a caixa estaria vazia, porque um dos grilos comeria o outro, e o outro comeria o um.
Raras vezes se tem visto chantagem igual. Tanto à presidente quanto ao deputado interessava livrarem-se do julgamento parlamentar e da perspectiva da cassação. Não lhes passou pela cabeça saber se havia culpa nas acusações feitas a ambos. Quer dizer, pouco lhes importou se Dilma contrariou a Lei de Responsabilidade Fiscal e pedalou, ou se Cunha recebeu propina nas negociatas na Petrobras e se mentiu afirmando não possuir contas na Suíça. O fundamental para eles era escapar da perda de mandato.
Quanto ao PT, indaga-se: mentiram os deputados comprometidos com a condenação do parlamentar fluminense ou mentiram os deputados empenhados em salvá-lo da sombra da cassação? Em qualquer das hipóteses fica muito mal o partido, como ficam pior ainda o palácio do Planalto e a Câmara.
PLEBISCITO
Fosse realizado um plebiscito e a imensa maioria da população optaria pelo afastamento de Dilma e de Cunha, se possível com a realização de novas eleições gerais. Sonhar não está proibido, apesar do risco do pesadelo maior, da alforria de ambos.
Enquanto isso, multiplica-se o desemprego, elevam-se os impostos, suprimem-se direitos sociais e a inflação atinge dois dígitos. As greves paralisam atividades essenciais e até a natureza tem se mostrado cruel. Para quem conclui não ter havido ano pior do que este agora se encerrando, melhor aguardar 2016…
O PSDB continua devendo o tal plano de recuperação nacional, já chamado de “Plano Conceição”, aquele que se subiu, ninguém sabe, ninguém viu. De que forma os tucanos combateriam o desemprego, reduziriam os impostos e a inflação, aumentariam os direitos sociais e impediriam as greves? Conter a natureza é que parece difícil.
Agora, vamos passar para a novela do impeachment, enquanto o governo permanece paralisado e a economia entra em derrocada.
03 de dezembro de 2015
Carlos Chagas
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