Na Colômbia, onde ontem falou na 7ª Conferência Latino-Americana e do Caribe de Ciências Sociais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sente o cheiro de retrocesso na América do Sul. Está mal de olfato: no Brasil, o fedor peculiar do retrocesso já se impregnou no tecido nacional há muitos anos.
Os odores que chegam a Lula começaram a ser sentidos quando os governos dos países de maior potencial de desenvolvimento da região (o Brasil, a Argentina e a Venezuela) optaram pelo caminho fácil, mas destrutivo, do populismo.
Competência, equilíbrio e bom-senso foram deixados de lado, substituídos por uma pataquice sistêmica como forma de gestão.
O boliviarianismo, o peronismo e a macarronada grudenta, sem nome, inventada pelo PT conseguiram realizar a proeza de levar à porta da falência as economias dos três países mencionados.
Mas as coisas parecem começar a mudar. Nossos vizinhos e irmãos argentinos parecem ter decidido dar um basta à desorientação imposta pelos governos Kirchner.
O candidato da oposição vai em breve dar uma surra eleitoral no candidato kirchnerista, o que vai abrir para a Argentina novamente para o progresso. Lula está irritadíssimo, pois está sentido o cheiro de seu próprio fracasso.
Há pouco mais de um mês, Lula esteve na Argentina para levar seu apoio a Scioli (não se sabe se sua participação nos eventos foi de graça, ou está incluída nos R$ 53 milhões que o ex-presidente recebeu nos últimos anos por palestras).
A presença de Lula ajudou Scioli a perder muitos votos, tanto que o candidato governista, que se prepara para o segundo turno, pediu encarecidamente que não se mencionem os nomes do PT e o de Dilma na campanha.
Na Venezuela, Nicolás Maduro, vai a cada dia se reduzindo à sua própria insignificância. No Brasil, o Itamaraty acompanha mudo o caminhar trôpego do país vizinho rumo ao desastre. A queda do PIB do país vai superar este ano os 10%.
No Senado brasileiro cresce o movimento para pressionar o governo venezuelano para o retorno à democracia.
O presidente do TSE não quer sujar o nome da instituição em missões fajutas de acompanhamento eleitoral.
Os ministros do STF, em decisões recentes, deixam subentendido que também não consideram a Venezuela um país onde reinem a democracia e a proteção dos direitos humanos.
Lula tem razão. É forte o cheiro de retrocesso na América do Sul. Mas vindo as coisas mudarem na Argentina, quem sabe não conseguiremos fazer o mesmo no Brasil?
11 de novembro de 2015
Editorial do Diário do Poder
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