Finalmente o presidente Obama definiu sua estratégia de segundo mandato para o Oriente Médio. A linha vermelha está sendo ultrapassada – pela primeira vez os EUA enviarão soldados de solo para a Síria para assessorar e aconselhar terroristas [ditos “rebeldes moderados”] que combatem o ISIS (?!), disse o porta-voz Josh Earnest, da Casa Branca, dia 30 de outubro.
Os EUA mandarão para a Síria “menos de 50” forças das Operações Especiais, que serão mandados para o território controlado por curdos no norte da Síria. Os soldados norte-americanos ajudarão forças curdas e árabes locais, com logística, no combate contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico; e visam a amplificar o efeito de seus esforços. A Casa Branca insistiu que absolutamente não é caso de “superdistender a missão”. “A missão não mudou”, disse Josh Earnest, secretário de imprensa da Casa Branca. “Essas forças”, acrescentou ele, “não têm missão de combate”.
Mesmo assim, o envio de soldados para a Síria é a escalada mais significativa de toda a campanha militar dos EUA contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico até o presente.
AINDA EM NOVEMBRO
O primeiro grupo de coturnos das Forças Especiais sairá dos EUA e poderá já estar no norte da Síria ainda em novembro, segundo alto funcionário da Defesa. Uma vez lá, os soldados serão baseados principalmente num quartel-general não oficial, onde estão representantes de árabes sírios (sic), curdos e outros grupos. Por razões de segurança, o local não foi revelado. Esses coturnos norte-americanos permanecerão na Síria por períodos que podem variar de semanas a meses de cada vez, disse o funcionário.
Pode acontecer de serem mandados mais coturnos. Espera-se que esses soldados não entrem em combate, mas têm direito de se autodefender e podem requerer autorização, se forem necessários em campo. Haverá mais forças de Operações Especiais disponíveis para ataques na Síria e no Iraque quando se identificarem alvos do ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico, de alto valor.
Além do envio de soldados das Operações Especiais, o presidente Obama autorizou o envio de aviões de combate A-10 e F-15 para a base aérea de Incirlik, na Turquia. Os A-10s podem prover apoio aéreo próximo, aos combatentes em solo. Os F-15s podem executar grande variedade de missões de combate ar-terra.
TAMBÉM NO IRAQUE
Os EUA também consideram estabelecer uma força-tarefa de Operações Especiais no Iraque, para ampliar os esforços na luta contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico e seus líderes, informou o secretário do governo Obama.
Além disso, Obama autorizou aumentar a ajuda militar à Jordânia e ao Líbano para enfrentarem o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico. E os EUA também aumentaram a ajuda militar aos grupos locais, com entrega por ar de armas, munições e outros itens para as forças “rebeldes moderadas” dentro da Síria. O número de soldados dos EUA no Iraque já inchou para mais de 3.500, desde que Obama anunciou que estava mandando para lá os primeiros 300 conselheiros/instrutores militares norte-americanos, em junho de 2014.
O Pentágono quer construir uma barreira por trás das forças aliadas aos EUA – curdos e a coalizão sírio-árabe que o governo Obama apoia –, para permitir que esses combatentes conservem o território que tomaram. Um dos modos para conseguir isso, disse um funcionário do Departamento de Defesa, é garantir que o equipamento e outros suprimentos entregues cheguem rapidamente até essas forças.
No momento, disseram funcionários, não há planos para mandar soldados dos EUA para além do ‘quartel-general’ improvisado da oposição no norte da Síria. Eles não patrulharão nem viajarão com grupos de oposição. Mas os funcionários também disseram que isso pode mudar, se a situação assim exigir.
MISSÕES DE COMBATE
A ‘notícia’ de que esses soldados não participarão de missões de combate não condiz com o que anuncia o governo dos EUA. Antes de essa notícia aparecer, o secretário de Defesa Ashton Carter declarara perante a Comissão de Serviços Armados do Senado, dia 24 de outubro, que o Pentágono estaria ampliando os ataques contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico – inclusive mediante “ação direta em campo” no Iraque e na Síria.
O secretário anunciou que “os EUA iniciarão” “ação direta em campo” contra forças de ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico no Iraque e na Síria, com o objetivo de aumentar a pressão sobre os militantes [sic], enquanto o progresso contra eles permanecer difícil. “Não deixaremos de garantir apoio a parceiros capazes, em ataques oportunistas contra o ISIL, ou de conduzir diretamente tais missões seja por ataques aéreos ou ação direta em campo” – disse Carter.
Ora… O que ninguém sabe é como soldados “conduzem” ação direta “em campo” sem entrar em combate! Evidentemente, é só mais e mais conversa, para confundir. É possível que o secretário Carter da Defesa e Ernst, de Imprensa, saibam mais do que dizem.
WALL STREET JOURNAL
Dia 4 de novembro, o The Wall Street Journal noticiou que os EUA e aliados regionais combinaram aumentar os embarques de armas e outros suprimentos para ajudar os rebeldes sírios “moderados” a defender os próprios avanços e impedir qualquer progresso da ação dos russos e iranianos em defesa do presidente sírio Bashar al-Assad.
As entregas feitas pela CIA, pela Arábia Saudita e por outros serviços de inteligência aliados aprofundaram os combates entre as forças que combatem na Síria – apesar das muitas promessas feitas pelo presidente norte-americano Obama de que não permitiria que o conflito se convertesse em guerra à distância dos EUA contra a Rússia.
O artigo do WSJ diz que no mês de outubro, ante a intensificação dos ataques russos, a CIA e seus parceiros aumentaram o fluxo de suprimento militar para “os rebeldes” no norte da Síria, incluindo mísseis TOW antitanques de fabricação norte-americana – segundo informação daqueles funcionários. Esses suprimentos continuarão a aumentar nas semanas vindouras, para recompor os estoques consumidos na crescente ofensiva militar do governo sírio. O diretor da inteligência nacional, James Clapper, alertou essa semana que a atual intervenção na Síria “arrisca-se a converter-se no que se tornou a intervenção no Afeganistão, nos anos 1980s, para os soviéticos. Pergunto-me se [os russos] têm alguma estratégia para decolar logo de lá, e se conseguirão evitar outro atoleiro” – disse Clapper.
UM NOVO VIETNÃ
É declaração que finge que não vê o fato de que os EUA, não a Rússia, é que anunciam a decisão de enviar coturnos em solo para a Síria, arriscando-se a converter a Síria no que foi a invasão dos EUA ao Vietnã em 1961-1974. Lá também, os EUA começaram por mandar conselheiros das Operações Especiais.
Some-se tudo isso, e vê-se claramente que a presença militar dos EUA na região está aumentando. Passo a passo, os EUA vão metendo os pés pelas mãos e empurrando seus próprios soldados para o fundo de mais uma guerra sem fim. É a primeira vez que os EUA mandam forças para a Síria e informam o mundo sobre o que estão fazendo, expandindo o alcance geográfico das operações militares norte-americanas no Oriente Médio.
Com a presença dos EUA mantida no Iraque, e a decisão recém tomada de manter as tropas norte-americanas também no Afeganistão até no mínimo o próximo ano, o próximo presidente dos EUA herdará, no mínimo – e só até agora – três grandes conflitos militares!
(artigo enviado por Sergio Caldieri)
13 de novembro de 2015
Andrei Akulov
Strategic Foundation
Finalmente o presidente Obama definiu sua estratégia de segundo mandato para o Oriente Médio. A linha vermelha está sendo ultrapassada – pela primeira vez os EUA enviarão soldados de solo para a Síria para assessorar e aconselhar terroristas [ditos “rebeldes moderados”] que combatem o ISIS (?!), disse o porta-voz Josh Earnest, da Casa Branca, dia 30 de outubro.
Os EUA mandarão para a Síria “menos de 50” forças das Operações Especiais, que serão mandados para o território controlado por curdos no norte da Síria. Os soldados norte-americanos ajudarão forças curdas e árabes locais, com logística, no combate contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico; e visam a amplificar o efeito de seus esforços. A Casa Branca insistiu que absolutamente não é caso de “superdistender a missão”. “A missão não mudou”, disse Josh Earnest, secretário de imprensa da Casa Branca. “Essas forças”, acrescentou ele, “não têm missão de combate”.
Mesmo assim, o envio de soldados para a Síria é a escalada mais significativa de toda a campanha militar dos EUA contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico até o presente.
AINDA EM NOVEMBRO
O primeiro grupo de coturnos das Forças Especiais sairá dos EUA e poderá já estar no norte da Síria ainda em novembro, segundo alto funcionário da Defesa. Uma vez lá, os soldados serão baseados principalmente num quartel-general não oficial, onde estão representantes de árabes sírios (sic), curdos e outros grupos. Por razões de segurança, o local não foi revelado. Esses coturnos norte-americanos permanecerão na Síria por períodos que podem variar de semanas a meses de cada vez, disse o funcionário.
Pode acontecer de serem mandados mais coturnos. Espera-se que esses soldados não entrem em combate, mas têm direito de se autodefender e podem requerer autorização, se forem necessários em campo. Haverá mais forças de Operações Especiais disponíveis para ataques na Síria e no Iraque quando se identificarem alvos do ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico, de alto valor.
Além do envio de soldados das Operações Especiais, o presidente Obama autorizou o envio de aviões de combate A-10 e F-15 para a base aérea de Incirlik, na Turquia. Os A-10s podem prover apoio aéreo próximo, aos combatentes em solo. Os F-15s podem executar grande variedade de missões de combate ar-terra.
TAMBÉM NO IRAQUE
Os EUA também consideram estabelecer uma força-tarefa de Operações Especiais no Iraque, para ampliar os esforços na luta contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico e seus líderes, informou o secretário do governo Obama.
Além disso, Obama autorizou aumentar a ajuda militar à Jordânia e ao Líbano para enfrentarem o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico. E os EUA também aumentaram a ajuda militar aos grupos locais, com entrega por ar de armas, munições e outros itens para as forças “rebeldes moderadas” dentro da Síria. O número de soldados dos EUA no Iraque já inchou para mais de 3.500, desde que Obama anunciou que estava mandando para lá os primeiros 300 conselheiros/instrutores militares norte-americanos, em junho de 2014.
O Pentágono quer construir uma barreira por trás das forças aliadas aos EUA – curdos e a coalizão sírio-árabe que o governo Obama apoia –, para permitir que esses combatentes conservem o território que tomaram. Um dos modos para conseguir isso, disse um funcionário do Departamento de Defesa, é garantir que o equipamento e outros suprimentos entregues cheguem rapidamente até essas forças.
No momento, disseram funcionários, não há planos para mandar soldados dos EUA para além do ‘quartel-general’ improvisado da oposição no norte da Síria. Eles não patrulharão nem viajarão com grupos de oposição. Mas os funcionários também disseram que isso pode mudar, se a situação assim exigir.
MISSÕES DE COMBATE
A ‘notícia’ de que esses soldados não participarão de missões de combate não condiz com o que anuncia o governo dos EUA. Antes de essa notícia aparecer, o secretário de Defesa Ashton Carter declarara perante a Comissão de Serviços Armados do Senado, dia 24 de outubro, que o Pentágono estaria ampliando os ataques contra o ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico – inclusive mediante “ação direta em campo” no Iraque e na Síria.
O secretário anunciou que “os EUA iniciarão” “ação direta em campo” contra forças de ISIS/ISIL/Daesh/Estado Islâmico no Iraque e na Síria, com o objetivo de aumentar a pressão sobre os militantes [sic], enquanto o progresso contra eles permanecer difícil. “Não deixaremos de garantir apoio a parceiros capazes, em ataques oportunistas contra o ISIL, ou de conduzir diretamente tais missões seja por ataques aéreos ou ação direta em campo” – disse Carter.
Ora… O que ninguém sabe é como soldados “conduzem” ação direta “em campo” sem entrar em combate! Evidentemente, é só mais e mais conversa, para confundir. É possível que o secretário Carter da Defesa e Ernst, de Imprensa, saibam mais do que dizem.
WALL STREET JOURNAL
Dia 4 de novembro, o The Wall Street Journal noticiou que os EUA e aliados regionais combinaram aumentar os embarques de armas e outros suprimentos para ajudar os rebeldes sírios “moderados” a defender os próprios avanços e impedir qualquer progresso da ação dos russos e iranianos em defesa do presidente sírio Bashar al-Assad.
As entregas feitas pela CIA, pela Arábia Saudita e por outros serviços de inteligência aliados aprofundaram os combates entre as forças que combatem na Síria – apesar das muitas promessas feitas pelo presidente norte-americano Obama de que não permitiria que o conflito se convertesse em guerra à distância dos EUA contra a Rússia.
O artigo do WSJ diz que no mês de outubro, ante a intensificação dos ataques russos, a CIA e seus parceiros aumentaram o fluxo de suprimento militar para “os rebeldes” no norte da Síria, incluindo mísseis TOW antitanques de fabricação norte-americana – segundo informação daqueles funcionários. Esses suprimentos continuarão a aumentar nas semanas vindouras, para recompor os estoques consumidos na crescente ofensiva militar do governo sírio. O diretor da inteligência nacional, James Clapper, alertou essa semana que a atual intervenção na Síria “arrisca-se a converter-se no que se tornou a intervenção no Afeganistão, nos anos 1980s, para os soviéticos. Pergunto-me se [os russos] têm alguma estratégia para decolar logo de lá, e se conseguirão evitar outro atoleiro” – disse Clapper.
UM NOVO VIETNÃ
É declaração que finge que não vê o fato de que os EUA, não a Rússia, é que anunciam a decisão de enviar coturnos em solo para a Síria, arriscando-se a converter a Síria no que foi a invasão dos EUA ao Vietnã em 1961-1974. Lá também, os EUA começaram por mandar conselheiros das Operações Especiais.
Some-se tudo isso, e vê-se claramente que a presença militar dos EUA na região está aumentando. Passo a passo, os EUA vão metendo os pés pelas mãos e empurrando seus próprios soldados para o fundo de mais uma guerra sem fim. É a primeira vez que os EUA mandam forças para a Síria e informam o mundo sobre o que estão fazendo, expandindo o alcance geográfico das operações militares norte-americanas no Oriente Médio.
Com a presença dos EUA mantida no Iraque, e a decisão recém tomada de manter as tropas norte-americanas também no Afeganistão até no mínimo o próximo ano, o próximo presidente dos EUA herdará, no mínimo – e só até agora – três grandes conflitos militares!
(artigo enviado por Sergio Caldieri)
Andrei Akulov
Strategic Foundation
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