"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O MESMO FISIOLOGISMO DE SEMPRE

Importa menos se os três maiores líderes do PMDB disseram a verdade ou não, quando comunicaram à presidente Dilma que deixariam de indicar companheiros do partido para a reforma do ministério. 
Porque ao sugerir nomes para os ministérios da Saúde e da Infraestrutura, ou as bancadas do PMDB seguiram a orientação dos três ou então eles não lideram mais nada. 
Tanto faz, pois ficou óbvio que o partido continua o mesmo, isto é, vende-se por cargos e nomeações, desde que polpudas e lucrativas.
Votam com o governo, qualquer que seja esse governo, como ficou provado na madrugada de ontem.

Ponto para Madame, que viu mantidos seus vetos, ainda que falte nova votação para os que sobraram. 

Para afastar a sombra de derrotas, nada melhor do que rezar a Oração de São Francisco, aquela do “é dando que se recebe”. 

A Saúde é o ministério com maiores verbas em todo o governo, e a Infraestrutura não fica atrás em termos de poder. 
Pelo jeito, parece mais distante a hipótese do impeachment, agora que a presidente repetiu as operações do fisiologismo explícito.

Tendo ou não tirado as castanhas do fogo com a mão do gato, a trinca dava sinais de satisfação, ontem. 

Temer, Renan e Cunha não indicaram ministros declaradamente, mas tão unânime foi a iniciativa das bancadas, a ponto de muita gente supor a inspiração dos três na decisão de deputados e senadores. 
Ficaram todos felizes. O banquete recomeça a ser servido, até com a perspectiva de a sobremesa vir a ser a aprovação da nova CPMF.

O diabo é compatibilizar o conluio entre o Congresso e o palácio do Planalto. 

Nessa operação de compra e venda não entrou a perspectiva de melhoria na esfrangalhada saúde pública e muito menos se cogitou do aprimoramento das ferrovias, portos e aeroportos. 
Os novos ministros, que deveremos conhecer a partir de hoje, estarão voltados para a ampliação dos espaços do PMDB na máquina administrativa federal. Quanto à eficiência, bem, ficará para mais tarde. Prevaleceu o mesmo fisiologismo de sempre...

Falta verificar qual a compensação a ser dada ao PT. 

Os companheiros vão perder alguns ministérios, podem ganhar outros. Como a política tem meandros que nenhum rio reconhece, o provável é que o partido também termine ganhando. 
Perdendo, mesmo, só o país, assistindo esvair-se mais uma oportunidade para a melhoria dos serviços públicos. 
 As próximas pesquisas de opinião devem demonstrar o óbvio.

24 de setembro de 2015
Carlos Chagas

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