Muita gente se decepcionou com a decisão do Supremo Tribunal Federal, quarta-feira, 23, de “fatiar” um dos desdobramentos da Lava Jato, o envolvimento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em suspeita de fraude no Ministério do Planejamento.
A maioria dos ministros entendeu que a investigação não deve ficar somente sob relatoria do ministro Teori Zavascki, responsável pelo caso na Corte, e sob os cuidados do juiz Sérgio Moro, que conduz a operação na primeira instância, em Curitiba.
APARTADO
O STF analisou e decidiu que o caso deve ser “apartado” das investigações da Lava Jato, operação que tem como principal foco o esquema de corrupção na Petrobrás.
Com a decisão, as apurações sobre a senadora petista ficarão com o ministro Dias Toffoli e a parte que cita o ex-vereador do PT Alexandre Romano, que não tem foro privilegiado, será encaminhada à Justiça Federal de São Paulo.
Há quem veja no episódio uma manobra do Supremo para esvaziar a operação Lava Jato.
O jornal O Globo deu manchete sobre isso. Pessoalmente, considero exagerada esta conclusão.
O fato de investigações correrem em separado não significa nenhuma aberração jurídica e não sobrecarrega o juiz Sérgio Moro e a equipe da força tarefa, que já cuida de inquéritos e processos demais.
É claro que dá margem para que advogados de defesa tentem tirar das mãos do juiz Moro outros braços da Lava Jato que, segundo eles, não têm relação com o núcleo central do esquema originalmente investigado, como o setor elétrico.
Mas o futuro é que nos dirá. Vamos guardar.
24 de setembro de 2015
Carlos Newton
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