Segundo o assessor do Instituto Lula, José Cipriniano, o ex-presidente vai aguardar uma notificação oficial para se posicionar a respeito do assunto. Lula está na Argentina, onde participou da agenda de campanha do candidato de Cristina Kirchner, e retorna ainda nesta sexta-feira (11) ao Brasil.
Em documento entregue nesta quinta-feira (10) ao STF, o delegado Josélio Sousa, da Polícia Federal, considerou que Lula pode “ter sido beneficiado pelo esquema em curso na Petrobras, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na estatal”.
DEPOIMENTOS
A suspeita é baseada em depoimentos do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef – delatores da Lava Jato. A PF destacou no inquérito o depoimento em que Costa afirma que “em razão da envergadura do esquema de corrupção montado na Petrobras, acha muito pouco provável que tanto o ex-presidente Lula, quanto Dilma Rousseff não tivessem conhecimento do mesmo”. Apesar de citada, Dilma não é alvo de investigações.
Em outro depoimento, o doleiro Alberto Youssef corrobora com a opinião de Costa, afirmando que o “alto escalão do governo tinha conhecimento” do esquema. Nenhum dos delatores, no entanto, apresentou provas concretas a respeito da relação de Lula com os atos ilícitos.
Segundo informações de outro delator, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o esquema foi “institucionalizado na Petrobras no ano de 2003” – portanto no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula.
CENÁRIO FÁTICO
“Neste cenário fático, faz-se necessário trazer aos autos as declarações do então mandatário maior da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que apresente a sua versão para os fatos investigados, que atingem o núcleo político-partidário de seu governo”, conclui o delegado Josélio Sousa.
Por não ocupar cargo público no momento, Lula não tem mais a prerrogativa de foro privilegiado. Assim, a solicitação poderia ter sido feita ao juiz federal Sergio Moro, que coordena os processos da Lava Jato na primeira instância, e não ao Supremo, conforme fez a Polícia Federal.
OUTROS CITADOS
Além da autorização para ouvir Lula, a Polícia Federal pediu ainda para colher o testemunho de representantes das construtoras envolvidas na Lava Jato, bem como de integrantes do PP, do PMDB, do PT e de outras cinco pessoas citadas no processo. A Polícia Federal pede 80 dias para executar essas etapas.
O pedido da PF deve ser analisado pelo ministro Luiz Fachin, relator do processo no Supremo. O STF ainda não se manifestou a respeito do assunto.
12 de setembro de 2015
Deu no IG
Nenhum comentário:
Postar um comentário