A respeito da sabatina do
As regras e a dinâmica que envolvem sabatinas nem sempre permitem, por limitação de tempo e de réplicas, o completo esclarecimento dos fatos e, menos ainda, a devida cobertura e repercussão. Soma-se a isso, a recorrente postura parcial da mídia, que – salvas exceções -, inclina suas matérias em meu desfavor.
O fato é que o senhor Janot não disse quem é, onde trabalha e qual a sua relação com Fernando Antônio Fagundes Reis; mentiu no caso ORTENG/Braskem/Petrobras e seu exercício como advogado, cumulativamente com o de subprocurador-geral da República, em desfavor de empresa com participação de capital estatal, ou seja, contra a União; se omitiu em relação à ORTENG/Abreu e Lima (carta-convite); tangenciou a falta de investigação das SPEs/TCU (Processo TC 029.389/2013-5) e a omissão do Ministério Público no caso; mentiu em relação à Oficina da Palavra e ao seu Diretor Raul Pilati Rodrigues; não respondeu sobre o caso Ministério Público/Secopa-MT/Oficina da Palavra; falseou uma meia verdade em relação aos gastos e às responsabilidades de sua comissão interna no aluguel de um imóvel no Lago Sul; faltou com a verdade em relação à nomeação de uma cerimonialista para a PGR, especialmente sobre a motivação e a legalidade do ato; negou-se a falar sobre o fato de ter homiziado, já como procurador da República, dois estelionatários em sua casa em Angra dos Reis e sobre os recibos de aluguel não passados a um deles; menosprezou a escamoteação de informações à CCJ sobre processos em seu desfavor no TCU e no Senado Federal, por meio dos quais ambos podem julgá-lo e condená-lo; por fim, faltou com a verdade quanto aos vazamentos de informações sob segredo de justiça, confirmados textualmente até mesmo por servidores da PGR. E o pior, declarou-se, cinicamente, um ser apolítico.
PROVAS DOCUMENTAIS
Tenho provas documentais e testemunhais de tudo que afirmei. Algumas delas cheguei a mostrar durante a sabatina. Mesmo assim, o Sr. Janot fez cara de paisagem. Ele ainda deve muitos esclarecimentos. Não há de demorar para a sociedade perceber que o Procurador-Geral da República está longe, muito longe de ser a “última Coca-Cola do deserto”.
Por fim, espero tão somente que nossa imprensa – livre, isenta e democrática, e que observa o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros e seus dispositivos que exortam a precisa apuração e equidade na exposição de pontos de vista dissonantes, sobretudo envolvendo denúncias contra agentes públicos – aprenda também, com o mesmo pau, a bater em Francisco.
28 de agosto de 2015
Fernando Collor
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