"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 7 de julho de 2015

"ATÉ QUANDO, CATILINA, ABUSARÁS DA NOSSA PACIÊNCIA?"




De súbito deu-me uma saudade imensa dos bancos escolares onde líamos Cícero em suas diatribes contra os excessos de Lúcio Sérgio Catilina, general romano. 

E continuava: “Por quanto tempo ainda esse seu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se precipitará sobre nós?”

Foi com esse sentimento que li as declarações de Lula – palavras jogadas a uma plateia escolhida, quando as devia ter dito dentro do congresso do PT, ocorrido dias antes. 
Aliás, corrijo-me: ditas, não, deveriam ter sido praticadas lá, naquele lugar apropriado, onde, como nos últimos muitos anos, o líder atuou como rolo compressor sobre os que clamavam por mudanças.

E nem vou falar da “mulher sapiens” de uma presidente que parece fora de si. Talvez pelos remédios que anda tomando para emagrecer. Sei lá. Ou sobre uma oposição que nem oposição consegue ser, já que adota as bandeiras que antes repudiava para tentar agradar, logo quem?!, aos trabalhadores, por quem nunca teve respeito algum.

SEM ESPERANÇAS

Não, não dá mais para aguentar. E pensar que as alternativas até agora postas não nos trazem nenhuma esperança de futuro: Aécio Neves, o próprio Lula, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Michel Temer, Geraldo Alckmin, José Serra. E eu, que estudava feito doida a Revolução dos Cravos em Portugal para tentar uma comparação do movimento iniciado lá pelos capitães com a transição aqui da ditadura para os governos ditos democráticos.

Mas algo mais ainda iria acontecer. Súbito, resolvo assistir a novelas na emissora global, até com um propósito nobre. Verificar in loco o que andam dizendo de que a audiência da emissora vem caindo por ela estar dedicando cenas a mostrar o amor entre duas mulheres mais velhas, como já mostrara cenas de união homossexual em outras tramas.

Nunca vejo novelas, mas queria aproveitar a companhia de uma senhora que há muito trabalha em minha casa e poder discutir com ela problema tão dramático como os que vivem aqueles que têm orientação sexual diferente da chamada “normal”. 
Caio para trás com o teor das duas sucessivas novelas: uma verdadeira “escola de golpes”, como bem nomeou minha amiga Ângela Leite de Souza. “Babilônia” e “Verdades Secretas” são novelas que nem parentesco possuem com uma “Roque Santeiro”, com a antiga “O Bem-Amado”, “Beto Rockfeller” e tantas e tantas histórias ora comoventes, ora hilariantes, sempre precedidas de fundos musicais que todo mundo cantarolava.

TODOS TÊM SEU PREÇO

Agora, apenas rancor, ciúmes doentios, vinganças, traições e o dinheiro a tudo comprando, inclusive e principalmente o sexo de menininhas embevecidas com sua própria beleza. Ninguém tem caráter. Todos têm um preço, e todos não veem obstáculo que não tentem transpor para atingir seus objetivos. Vale até a terrível cena de uma mãe ensinando a própria filha a usar, por vingança, uma arma de fogo.

Quando a crise chega a um país ao fundo do poço, nenhuma forma de cultura consegue sobreviver.
Estamos assim. E morreu Fernando Brant. Noticiaram de preferência certo cantor sertanejo. Sem preconceito.

07 de julho de 2015
Sandra Starling

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