"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

TERRORISMO TRANSFORMA CONCEITO DE EMERGÊNCIA

A maior tragédia provocada pelo terrorismo contemporâneo é o aviltamento do conceito de emergência. O perigo momentâneo, que exigia cuidados esporádicos, tornou-se permanente. O terror pode explodir em qualquer lugar —numa maratona em Boston ou numa redação de Paris —, a qualquer hora, por qualquer motivo.

A França deu uma resposta grandiosa à penúltima erupção do fenômeno: foram às ruas das principais cidades francesas 3,7 milhões de pessoas. Uma evidência de que há disposição para enfrentar a maluquice fundamentalista. A questão é: como responder à ditadura da imprevisibilidade sem aviltar direitos individuais?

Em 18 de fevereiro, a Casa Branca sediará uma cúpula global de segurança. Vão à mesa planos para combater o “extremismo violento no mundo''. A sensação de vulnerabilidade e a psicose com o que ainda pode acontecer são bons pretextos para responder ao extremismo com mais extremismo.

O terrorista, como se sabe, é um mocinho escalado por seus autocritérios para matar o tumor e se casar com o câncer. A reação a esse tipo de maluco exige um grau inédito de sensatez. De saída, é preciso entender que o radical islâmico não se confunde com o islã. De resto, é preciso olhar ao redor. Hoje, o terrorista tem cidadania americana ou europeia. Segregar é fácil. Difícil mesmo é integrar.

15 de janeiro de 2015
josias de souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário