"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

ATENTADO EM PARIS, MANIPULAÇÃO E ISLAMOFOBIA

       


Nada justifica a barbárie cometida em Paris. Nem as charges zombando Maomé publicadas pela revista Charlie Hebdo, nem as missões de ocupação e bombardeio realizadas pela França actualmente contra três países muçulmanos. A morte de civis não tem explicação racional.

Mas a forma como a mídia e os formadores de opinião tratam o assunto, revela o preconceito social e a manipulação de ideias sobre o que é o mundo muçulmano, o terrorismo em todas as suas formas e até o papel do Ocidente no mundo.

Em primeiro lugar, a grande maioria das vítimas do terrorismo islâmico são muçulmanos. Isso geralmente não é publicado ou conhecido pelas pessoas comuns, que submetidas à manipulação de informações acredita que o mundo muçulmano é contra a Europa livre e cristã.

Os muçulmanos do Oriente Médio morrem por causa do extremismo, cuja origem é muito variada. Uma origem clara é a deturpação da religião feita por parte de grupos que buscam dominar as massas, com a ajuda de alguns governos, principalmente as monarquias árabes e seus aliados ocidentais, incluindo a França.

SIMPLIFICAÇÃO
Que aconteçam ataques terroristas não significa que o mundo muçulmano e o Ocidente estão enfrentados. Isso é uma simplificação falsa e etnocêntrica, que coloca a Europa cristã e os Estados Unidos no papel de fiscal e juiz universal.

Por outro lado, coloca os muçulmanos em uma posição de incivilizados como se a maioria apoiasse o que aconteceu ontem, em Paris. Nada está mais longe da realidade, uma vez que todos os dias no Iraque, Líbia, Síria e Iêmen eles mesmos sofrem as conseqüências do fundamentalismo.

Além disso, a opinião pública ocidental ficou chocada com o ataque atroz de ontem, mas é surda ao massacre de muçulmanos no Oriente Médio, muitas vezes perpetrada por grupos armados e treinados pela OTAN.

Ou seja, se o ataque acontece no Iêmen – há poucos dias houve um com 30 mortos -, nada acontece porque “os muçulmanos são bárbaros e gostam de matar uns aos outros”. Mas quando o ataque acontece em Paris, o ódio contra tudo o que seja estrangeiro floresce como na década de 30 nos países do Eixo. Se a isto se acrescenta uma Europa em crise, a combinação é extremamente preocupante.

QUEM SE BENEFICIA?
Para entender o que aconteceu devemos analisar quem ganha com a matança de civis.
A extrema direita leva água ao seu moinho, uma vez que a islamofobia está crescendo na França, Alemanha, Suécia e Grã-Bretanha e os seus princípios se veem reafirmados com os assassinatos.

A Frente Nacional de Le Pen, que ganhou as eleições do ano passado, no Parlamento Europeu, superando o resto dos partidos franceses, é grandemente beneficiada.

A França atua militarmente em três países muçulmanos: Mali, República Centro Africana e o Iraque. Tem mais de três mil soldados nestes três países e luta contra os islamitas. No Iraque, a França luta contra o Estado Islâmico, apoiando o Curdistão iraquiano para que consiga uma maior autonomia em relação a Bagdá e possa ser um fornecedor de gás e petróleo para a Europa, uma alternativa aos produtos russos.

No entanto, o governo francês não luta, mas apoia o Estado islâmico do outro lado da fronteira da Síria, juntamente com a Turquia e Qatar.

DUPLA ESTRATÉGIA
Esta dupla estratégia não é popular entre os cidadãos franceses que percebem que os muçulmanos “invadem” as suas cidades, quando na verdade as mulheres que professam esta fé são atacadas apenas por fazê-lo. Assim, toda a comunidade é estigmatizada.

O ataque em Paris será explorado pelo governo de Hollande, pela Frente Nacional e até mesmo por Nicolas Sarkozy, que em 2011 ajudou a levar ao poder os radicais islâmicos que derrubaram Gaddafi na Líbia. Por conseguinte, em toda a Europa vão crescer o etnocentrismo, a xenofobia e a simplificação.

O terrorismo islâmico é uma realidade, mais cruel no Oriente Médio do que na Europa, mas não é a única forma de terrorismo.
O financiamento de grupos armados, a intervenção direta em países estrangeiros feita pela França, e a pilhagem dos recursos no Iraque e as ex-colônias francesas na África também são terrorismo, que com ataques como o de Paris, parecem cada vez mais justificados pela opinião pública e os grandes meios de manipulação de massa.

(artigo enviado por Sergio Caldieri)

14 de janeiro de 2015
 Maximiliano Sbarbi Osuna

Um comentário:

  1. Olha só o absurdo: uma cultura medieval, representada por 57 países, pede a ONU que combata as críticas feitas a ela pelo senso crítico ocidental, tendo por base interesses comuns políticos e econômicos. Aliás, senso crítico é coisa que ela não permite aos seus. Daí forjou-se um termo para isso: "islamofobia" que enquadraria as críticas a serem criminalizadas. Vão se danar! Né não?

    Fechar os ouvidos às suas mentiras e repudiar o islã é um ato de legítima defesa do nosso país. O bem estar dos brasileiros do futuro depende da nossa rejeição ao islã no presente. Não a islamização do Brasil!
    https://www.youtube.com/watch?v=QfNHd9u3Wi4
    http://infielatento.blogspot.com.br/.../islamofobia-Pat...

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