A crise internacional do petróleo deve intensificar a ofensiva externa para que o Brasil privatize a Petrobrás e o pré-sal. Desgastar a imagem da estatal é uma forma de criar condições políticas para que isso ocorra. Vale tudo paradesmoralizar a PETROBRÁS de modo a tornar irreversível a privatização da empresa.
Apesar das licitações viciosas, apesar de todas as corrupções, as encomendas da estatal petrolífera nacional dinamizam a indústria nacional para fabricação de insumos, peças e equipamentos que impulsiona o desenvolvimento dos componentes nacionais, sendo razão principal do desenvolvimento da indústria brasileira, no campo do desenvolvimento tecnológico e na criação de empregos de qualidade isto, naturalmente, mesmo sem a corrupção deixaria a produção mais cara, mas não podemos deixar que a crise que estamos vivendo mate a indústria e o desenvolvimento tecnológico.
É obvio que as firmas estrangeiras estão de olho nesse mercado além de punir os corruptos temos que desenvolver os componentes nacionais e isto tem um custo extra, mas é o único caminho para a independência.
Temos que punir os ladrões sem desmanchar nem privatizar as empresas.
Na Energia Nuclear
Uma notícia de sentido estratégico. A usina nuclear Angra I receberá pela primeira vez, na próxima recarga de combustível de 2015, urânio enriquecido no Brasil. Até o presente momento, todo o urânio usado como combustível na usina era enriquecido no exterior.
Não tem sido fácil o nosso avanço no setor nuclear. O enriquecimento do urânio é tido como uma atividade perigosa, pois pode levar à confecção da bomba atômica. Enriquecer urânio, mesmo em proporção inferior à necessária para a fabricação da bomba, sempre foi atividade obstruída pelos Estados Unidos e países. Isto terminou impedindo, ou dificultando muito, o uso da tecnologia nuclear mesmo para fins pacíficos pelos demais países, criando um fosso entre os que detêm essa tecnologia e os demais.
Entre os países que foram mais atingidos por esse cerco está o nosso Brasil, que dispõe da sexta maior reserva de urânio do mundo, capaz de abastecer uma dezena de usinas por muito tempo, mas devido a covardia (ou a traição) de três Presidentes , ficamos privados de lançar mão dessa enorme riqueza disponível com que a natureza nos dotou.
No Transporte - Nova traição?
O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, garante que o governo fará força para ser aberto 100% ao mercado de aviação a estrangeiros. Hoje, uma companhia de fora não pode ter mais do que 20% de capital em uma empresa aérea nacional.
Em navegação marítima, a abertura já está em vigor. Um grupo estrangeiro que se estabeleça no Brasil – mesmo com 100% do capital em mãos de acionistas do exterior – tem todos os direitos dos brasileiros, o que inclui o acesso ao crédito do Fundo de Marinha Mercante. A exigência é ter subsidiária no país.
Abrir mão de uma Marinha Mercante nacional é renunciar a uma posição proeminente no concerto das nações. A navegação, especialmente a cabotagem, é estratégica para uma nação. Abrir mão dela é ficar a mercê dos estrangeiros, mais ainda do que no caso das empresas aéreas.
Gelio Fregapani é Escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia.
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