"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ARMAS E MUNIÇÕES INEGOCIÁVEIS


O Dr Pedro Dallari, coordenador da comissão nacional da verdade, ao tentar coagir os militares, por intermédio do Congresso, a admitir que as Forças Armadas “institucionalizaram” violações dos direitos humanos no período sectariamente “investigado” por um grupo de comissários “comprados”, nos revela a existência de mais um tipo de “bolsa” governamental que se soma à “bolsa ditadura”, à “bolsa esmola” – ou da “fome” ou “família” - e, entre outras, à mais rentável, porque envolve bancos suíços e paraísos fiscais, a “bolsa propina”.
Todas elas visam a assegurar algum compromisso eleitoreiro ou ideológico da parte abrangida pelo programa, objetivando, logicamente, a conquista do poder total e permanente para os corruPTos.

Agora, graças à indiscrição do Dr Dallari, estamos conhecendo a “bolsa projetos de defesa”, ou seja o governo “compra” o silêncio, a autoestima, o orgulho, a história, a moral e a honra militar em troca de recursos para que as Forças Armadas possam adquirir equipamentos que lhes permitam cumprir suas missões constitucionais. Ou seja, a defesa da Pátria e o cumprimento do dever passaram a ser moedas de troca para a garantia dos interesses ideológicos do governo

Em resumo, o Dr Dallari nos revela que os militares entregam – têm entregado ou devem entregar - suas almas ao governo para obter os meios de que necessitam para o cumprimento de suas missões!

Ao tomar conhecimento disso, um velho e desatualizado soldado de Cavalaria, como eu, formado e adestrado a cavalo, na penúria, na míngua e na privação, mas sempre senhor da sua alma, orgulhoso, seguro e fiel ao compromisso de VENCER que nos foi passado pelos magníficos soldados que nos antecederam e que, com muito menos, mantiveram invicto o Exército de Caxias, perguntaria:

“Como pode um exército querer vencer, mesmo modernamente equipado, quando não dispõe mais de sua alma?”

Aprendi e nunca esquecerei que as mais caras e poderosas armas de um exército são seus Soldados, armados com a vontade de lutar e municiados com a honra que lhes dá a força, com o amor à Pátria que lhes dá a coragem para enfrentar a morte e com a herança de seus antecessores que lhes dá o compromisso com a vitória!
Ainda não me permito crer que estas armas e munições sejam negociáveis, como quer insinuar o Dr Dallari.
19 de dezembro de 2014
Paulo Chagas é General de Brigada na reserva do EB.

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