Nove milhões de estudantes se submetem hoje ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com dois dias de provas, esperam garantir vaga no ensino superior. Muitas escolas adestram os alunos para que se saiam bem no teste e, com isso, elas ganhem pontos no ranking das melhores instituições nacionais. Mutatis mutandis, trata-se do pré-vestibular e do vestibular com nova roupagem.
Ao ser concebido, o Enem tinha outro objetivo. Visava avaliar a qualidade do ensino médio. O resultado serviria de diagnóstico para correção de rumos da fase crítica que antecede à entrada na universidade. Mas a história seguiu roteiro diferente. Com o aproveitamento das notas para dar acesso ao curso superior, a avaliação ficou em segundo plano. Hoje, mal se fala nela.
A mudança de rumo não significa, porém, solução do problema. Longe disso. Ano a ano, foi crescendo o número dos que substituem um vestibular por outro. E o ensino médio continua no papel de calcanhar de Aquiles do sistema educacional. Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), a média de evasão chega a 50%. Não só. O país contabiliza deficit de 32 mil vagas e 32 mil professores.
Mais sério que a falta de escolas, é a escassez de mestres. Explica-se. Com recursos, em pouco tempo constroem-se salas, compram-se computadores, montam-se bibliotecas e laboratórios. Mas formar profissionais demanda muito mais. Desafios precisam ser enfrentados e vencidos.
O maior é a atração de talentos. Há muito os cursos que formam quadros para o magistério deixaram de atrair candidatos. Só os realmente vocacionados ou os reprovados nas demais especialidades optam por eles. Resultado: sem público, faculdades fecharam as portas. Outras oferecem cursos a distância.
Ninguém precisa de bola de cristal para apontar a causa da fuga de pretendentes à sala de aula. É o preço que o país paga pelo descaso com que tratou a educação ao longo dos últimos 40 anos. O tema, tratado como prioridade, é assunto das campanhas eleitorais. Mas, sai governo, entra governo, o discurso permanece nas palavras. Faltam ações que o concretizem.
O desestímulo é consequência do desapreço com que o Estado trata o saber. Sem carreira atraente - com excelente salário inicial, plano de progressão e apoio à meritocracia -, os estudantes buscam especialidades que lhes assegurem recompensa à altura do talento. A sociedade precisa reagir. Enquanto se mantiver indiferente, mudanças de rumo serão promessas vazias.
Ao ser concebido, o Enem tinha outro objetivo. Visava avaliar a qualidade do ensino médio. O resultado serviria de diagnóstico para correção de rumos da fase crítica que antecede à entrada na universidade. Mas a história seguiu roteiro diferente. Com o aproveitamento das notas para dar acesso ao curso superior, a avaliação ficou em segundo plano. Hoje, mal se fala nela.
A mudança de rumo não significa, porém, solução do problema. Longe disso. Ano a ano, foi crescendo o número dos que substituem um vestibular por outro. E o ensino médio continua no papel de calcanhar de Aquiles do sistema educacional. Segundo levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), a média de evasão chega a 50%. Não só. O país contabiliza deficit de 32 mil vagas e 32 mil professores.
Mais sério que a falta de escolas, é a escassez de mestres. Explica-se. Com recursos, em pouco tempo constroem-se salas, compram-se computadores, montam-se bibliotecas e laboratórios. Mas formar profissionais demanda muito mais. Desafios precisam ser enfrentados e vencidos.
O maior é a atração de talentos. Há muito os cursos que formam quadros para o magistério deixaram de atrair candidatos. Só os realmente vocacionados ou os reprovados nas demais especialidades optam por eles. Resultado: sem público, faculdades fecharam as portas. Outras oferecem cursos a distância.
Ninguém precisa de bola de cristal para apontar a causa da fuga de pretendentes à sala de aula. É o preço que o país paga pelo descaso com que tratou a educação ao longo dos últimos 40 anos. O tema, tratado como prioridade, é assunto das campanhas eleitorais. Mas, sai governo, entra governo, o discurso permanece nas palavras. Faltam ações que o concretizem.
O desestímulo é consequência do desapreço com que o Estado trata o saber. Sem carreira atraente - com excelente salário inicial, plano de progressão e apoio à meritocracia -, os estudantes buscam especialidades que lhes assegurem recompensa à altura do talento. A sociedade precisa reagir. Enquanto se mantiver indiferente, mudanças de rumo serão promessas vazias.
11 de novembro de 2014
Editorial Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário