A presidente Dilma Rousseff indicará um novo ministro ao Supremo Tribunal Federal para a vaga deixada por Joaquim Barbosa, que foi o relator do mensalão e contribuiu para que figuras históricas do PT fossem parar na cadeia por corrupção.
Com as aposentadorias próximas de Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, nomeados por indicação de José Sarney (1985-1990) e Fernando Collor (1990-1992), Dilma e o ex-presidente Lula acabarão responsáveis por indicar 10 dos 11 ministros da Corte até 2018. Só restaria Gilmar Mendes, que chegou ao posto pelas mãos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro Gilmar Mendes disse que a possibilidade de uma Corte submissa ao governo é algo que “tem de ser avisado e denunciado”. Assinalou que era importante a Corte não se tornar “bolivariana” para “chancelar o que o governo quer”.
Para Lewandowski, porém, não existe risco. “Não há bolivarianismo”, disse ele em um café com jornalistas. “Não há vinculação com o partido do Palácio do Planalto”, afirmou, acrescentando que “a história do Supremo não tem demonstrado isso”.
Disse que o próprio Joaquim Barbosa, algoz dos petistas cono mensalão, foi indicado pelo ex-presidente Lula, quee também indicou Cézar Peluso e Carlos Ayres Britto, criticados pelos governistas nas redes sociais por votos duros contra os réus no esquema de pagamento de propinas para compra de apoio político no Congresso.
“O STF se orgulha muito dessa independência enorme que os ministros têm m relação aos presidentes que os indicaram”, disse o presidente do Supremo. “Essa é a história do STF.”
Lewandowski, que foi o revisor do mensalão, costumava ter posições divergentes de Barbosa e votou pela absolvição do ex-ministro do governo Lula José Dirceu no crime de corrupção ativa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não dá para levar a sério essa entrevista de Lewandowski, que atuou no julgamento do mensalão como uma espécie de advogado de defesa dos réus, que só foram condenados devido à obstinação do então ministro Joaquim Barbosa. Este, sim, é que demonstrou independência em relação ao Executivo. Muitos outros se curvaram à podridão que infecta a Praça dos Três Poderes. (C.N.)
10 de novembro de 2014
Eduardo Militão
Correio Braziliense
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