Dilma é mulher e sempre se disse defensora dos direitos humanos. Como a advogada Samira Saleh al-Naimi, de Mosul, Iraque.
Dilma propõe diálogo com o Estado Islâmico, que corta a cabeça de pessoas de outras religiões e trata as mulheres como inferiores. Samira foi assassinada agora pelo Estado Islâmico por defender os direitos humanos.
Dilma condenou, em Nova York, quem luta contra o Estado Islâmico. E nem tocou no nome de Samira, vítima da barbárie.
Dilma defendeu os bárbaros, criticou quem luta contra eles e proclamou as excelsas virtudes que enxerga em seu Governo, ao viajar a Nova York para abrir a Assembléia Geral da ONU – tarefa que tradicionalmente cabe ao Brasil.
Lá havia 150 chefes de Estado.
No entanto, relata o jornal americano Washington Post, a reunião de cúpula da organização beneficente Clinton Global Initiative, organizada pelo ex-presidente americano Bill Clinton, “ofuscou o encontro da ONU”. Pergunta o jornal, um dos três mais importantes dos Estados Unidos:
“A qual evento você preferiria ir: a um que começa com Leonardo Di Caprio, Eva Longoria e uma banda de rock, ou a um que começa com a presidente brasileira Dilma Rousseff?” Ainda bem que a repercussão foi pequena. Menos vergonhosa.
A má repercussão foi mais forte no Brasil. Tirando os bate-bumbos que acham lindo ser Tiradentes com o pescoço dos outros, Dilma foi muito criticada. Mas não há o que estranhar: a julgar por boa parte dos ministros e auxiliares que escolheu, a presidente não deve acreditar que cabeça seja muito importante.
A briga é feia entre Dilma e Marina. Uma está chamando a outra de petista.
O ex-presidente Lula, tentando salvar a reeleição do governador Tarso Genro, ameaçada pela jornalista Ana Amélia Lemos, disse no horário eleitoral gratuito do Rio Grande do Sul que nunca viu um jornalista se sair bem num cargo do Poder Executivo. A senadora Ana Amélia, do PP (que lá é pró-Aécio), trabalhou na revista Visão e foi uma das estrelas da RBS, afiliada à Rede Globo.
Lula pode até ter razão. Mas levou para seu Governo, como ministros, o ex-repórter Édison Lobão e o repórter e apresentador Hélio Costa (que tentou eleger governador de Minas). Apoiou o jornalista Eduardo Suplicy para a Prefeitura e o Governo de São Paulo. Apoia um dono de jornal, Henrique Alves, para o Governo do Rio Grande do Norte. Seu vice, em 1989, foi o jornalista Fernando Gabeira, ex-Jornal do Brasil; com a saída de Gabeira, a vice ficou com João Paulo Bisol, ex-RBS. Sarney, seu guru, é dono da “TV Mirante” e do “Estado do Maranhão”.
O jornalista Elio Gaspari informa que Dilma usa Louis Vuitton. É mala.
Elio Gaspari informa também que Aécio usa Salvatore Ferragamo. Digamos que esses candidatos não têm as mesmas preocupações dos cidadãos comuns.
Não é só o presidente venezuelano Nicolás Maduro que conversa com animais. Um passarinho piou a este colunista a sugestão de que alguém pergunte à irmã da ministra Marta Suplicy, Tetê Smith de Vasconcellos, em quem é que vai votar para presidente. Deve ser Dilma, claro. Mas passarinhos sabem o que piam.
Boteco é para os fracos. Mas existe um substituto perfeito para aquela fraternal convivência de boteco, só que com preços bem mais altos para bebidas e petiscos da mesma qualidade. Como é bom cultivar a tolerância! Há um ministro do Supremo que frequenta a mesma tabacaria em São Paulo, na elegante região dos Jardins, utilizada por boa parte dos investigados na Operação Lava Jato.
Com um dia de intervalo, Brasil e Argentina implantaram mais um controle de passageiros de voos internacionais, com exigências parecidíssimas. As empresas aéreas têm de informar ao Governo a frequência com que o passageiro viaja, e até mesmo a poltrona que ocupa no voo.
Coincidência, não é mesmo?
Roberto Requião, candidato do PMDB ao Governo do Paraná, em seu mandato anterior (de 2003 a 2010) colocou 88 de seus cavalos na Granja Canguiri, residência oficial do governador; lá, eles eram alimentados e tratados por conta dos cofres públicos. O Regimento da Polícia Montada da PM do Paraná precisou destacar seis soldados para cuidar da cavalhada. Todos esses dados constam do relatório final de um inquérito policial-militar, assinado pelo comandante da PM paranaense, coronel César Vinícius Kogut, e divulgado pela Folha de S.Paulo. O IPM foi encaminhado à promotora Cláudia Cristina Madalozo e à Justiça Militar.
De acordo com o IPM, Requião mantinha os cavalos para passeios matinais com amigos. Mantinha também no local, sempre à custa do dinheiro público, antas, cachorros, porcos, pavões e veados.
E os burros aqui pagavam a conta.
29 de setembro de 2014
Carlos Brickmann
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