Dados da primeira prestação de contas das campanhas eleitorais reforçam percepção de que é grande o desgaste da presidente Dilma Rousseff
A primeira prestação de contas das campanhas eleitorais, divulgada há poucos dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), traduz em cifras a leitura que os principais grupos empresariais fazem a respeito do cenário político atual.
Os dados, relativos somente à arrecadação do primeiro mês de disputa, reforçam a percepção de que é grande o desgaste da presidente Dilma Rousseff (PT).
A essa altura do campeonato de 2010, a candidata do PT havia amealhado R$ 14,7 milhões. Seus dois concorrentes diretos, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), contavam, respectivamente, com R$ 5,2 milhões e R$ 8,9 milhões.
Neste ano, os R$ 10,1 milhões acumulados pela petista a deixam atrás, nesse quesito, de Aécio Neves (PSDB), com R$ 11 milhões, e pouco à frente de Eduardo Campos (PSB), com R$ 8,2 milhões.
Se fatores ideológicos e apoios incondicionais guiam parte das doações, é inegável que o pragmatismo preside as escolhas dos maiores contribuintes. Poucos arriscariam todas as fichas em apenas um postulante, sobretudo se suas chances de vitória fossem pequenas --daí por que um mesmo grupo costuma dividir seus recursos entre os concorrentes.
Chama a atenção, assim, que Dilma, hoje no comando da máquina pública federal e com 36% das intenções de voto, tenha arrecadado menos que Aécio, com 20%. Quatro anos atrás, a petista detinha quase o triplo das verbas de Serra, com quem estava empatada nas pesquisas de julho.
Verdade que, considerando as simulações de segundo turno e a avaliação do governo, o favoritismo de Dilma se diluiu muito neste ano. Ainda assim, parece haver, nas diferenças entre os dois cenários, mais do que mero cálculo de retorno sobre o investimento.
Aos olhos dos financiadores, Aécio parece mais palatável do que Dilma, seja pelo desempenho pífio da economia no atual mandato, seja pela expectativa de uma gestão menos intervencionista.
O próprio diretório nacional do PT enfrenta dificuldades para encontrar doadores. O partido há 12 anos alojado no poder ocupa o oitavo lugar na lista de arrecadação e juntou R$ 6,2 milhões --menos, em valores atualizados, que na primeira prestação de contas de 2010, quando era o terceiro colocado.
Enquanto o PT parece ter sido prejudicado pelo estilo Dilma de fazer política, o PMDB se beneficiou. Dirigindo a Câmara e o Senado, a legenda tornou-se particularmente importante para quem perdeu interlocução com o Planalto. Trocando em miúdos, o partido já arrecadou R$ 28,5 milhões, sendo o líder isolado nesse aspecto.
Tudo somado, seria o caso de dizer, com ou sem trocadilho, que a roda da fortuna começa a girar.
A primeira prestação de contas das campanhas eleitorais, divulgada há poucos dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), traduz em cifras a leitura que os principais grupos empresariais fazem a respeito do cenário político atual.
Os dados, relativos somente à arrecadação do primeiro mês de disputa, reforçam a percepção de que é grande o desgaste da presidente Dilma Rousseff (PT).
A essa altura do campeonato de 2010, a candidata do PT havia amealhado R$ 14,7 milhões. Seus dois concorrentes diretos, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), contavam, respectivamente, com R$ 5,2 milhões e R$ 8,9 milhões.
Neste ano, os R$ 10,1 milhões acumulados pela petista a deixam atrás, nesse quesito, de Aécio Neves (PSDB), com R$ 11 milhões, e pouco à frente de Eduardo Campos (PSB), com R$ 8,2 milhões.
Se fatores ideológicos e apoios incondicionais guiam parte das doações, é inegável que o pragmatismo preside as escolhas dos maiores contribuintes. Poucos arriscariam todas as fichas em apenas um postulante, sobretudo se suas chances de vitória fossem pequenas --daí por que um mesmo grupo costuma dividir seus recursos entre os concorrentes.
Chama a atenção, assim, que Dilma, hoje no comando da máquina pública federal e com 36% das intenções de voto, tenha arrecadado menos que Aécio, com 20%. Quatro anos atrás, a petista detinha quase o triplo das verbas de Serra, com quem estava empatada nas pesquisas de julho.
Verdade que, considerando as simulações de segundo turno e a avaliação do governo, o favoritismo de Dilma se diluiu muito neste ano. Ainda assim, parece haver, nas diferenças entre os dois cenários, mais do que mero cálculo de retorno sobre o investimento.
Aos olhos dos financiadores, Aécio parece mais palatável do que Dilma, seja pelo desempenho pífio da economia no atual mandato, seja pela expectativa de uma gestão menos intervencionista.
O próprio diretório nacional do PT enfrenta dificuldades para encontrar doadores. O partido há 12 anos alojado no poder ocupa o oitavo lugar na lista de arrecadação e juntou R$ 6,2 milhões --menos, em valores atualizados, que na primeira prestação de contas de 2010, quando era o terceiro colocado.
Enquanto o PT parece ter sido prejudicado pelo estilo Dilma de fazer política, o PMDB se beneficiou. Dirigindo a Câmara e o Senado, a legenda tornou-se particularmente importante para quem perdeu interlocução com o Planalto. Trocando em miúdos, o partido já arrecadou R$ 28,5 milhões, sendo o líder isolado nesse aspecto.
Tudo somado, seria o caso de dizer, com ou sem trocadilho, que a roda da fortuna começa a girar.
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