"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 22 de junho de 2014

O IMPÉRIO DAS MENTIRAS - PARTE IV: EXPLORANDO A DIALÉTICA ESQUERDA-DIREITA

Artigos - Cultura

Os indivíduos que possuem em maior quantidade aspectos da Classe I são as “raposas” da Maquiavel. Eles vivem de maquinações; colocam toda a confiança na fraude, na enganação e na própria astúcia. Eles não têm apego à família, à igreja, à nação e às tradições (embora eles possam vir a explorar esse apego que os demais possuem). Eles vivem no presente, pouco pensam do futuro e estão sempre prontos para mudanças, novidades e aventuras. Em assuntos econômicos, eles tendem à especulação, à promoção e à inovação. Por via de regra, eles não são adeptos ao uso da força. São inventivos e oportunistas.
James Burnham, The Machiavellians (p. 237-8)

Nas três partes vimos como o Império das Mentiras avança em todos os fronts, seja aqui ou no estrangeiro. O grande Estado socialista é evidentemente o cerne da Grande Mentira moderna, pois a morte de Deus e o poder político desenfreado formam a base dessa nova religião monstruosa que se disfarça de “ciência”. Essa nova religião cresce por todos os lados. Seus asseclas dominam os meios de comunicação, a educação, o governo e as artes. Essa religião taxa como mau todo aquele que se afasta da consciência social, todo aquele que avança a “sombria ciência” do princípio econômico e todo aquele que adere a Deus e à pátria.
 
Os amaldiçoados dessa nova religião são os seguintes: o Estado-nação, os costumes tradicionais, a economia de mercado e a liberdade a qual essas mesmas formações orgânicas tendem. No lugar de Deus eles colocam um número de candidatos: o primeiro dentre eles é (1) povo; (2) proletariado; (3) não-brancos; (4) mulheres; (5) planeta; (6) homossexuais. Cada um desses falsos deuses é descrito como uma vítima crucificada de um perverso patriarcado capitalista, de modo que cada um deles passa então a ser recebido com terna honra, como se fossem heróis vitimados cujo clamor justifica a Grande Revolução.
 
Diz-se que o socialista chora, assim como Jesus chorou. Mas esse crocodilo socialista, com fileiras de dentes afiados, pode destilar suas lágrimas da maneira que lhe aprouver; ainda assim essas lágrimas de crocodilo são as mesmas destiladas quando se tem a promessa de um delicioso bocado. Porquanto o socialista promete que o crocodilo deitar-se-á com o cordeiro – e aí também há a promessa de prosperidade –, embora seja sabido que essa política (no final) trará como resultado o exato oposto. O cordeiro, é claro, será devorado, pois o crocodilo tem de seguir sua natureza.
 
Foi Eric Voegelin quem comparou a religião política com o gnosticismo ao dizer que ambos são “um tipo de pensamento que reivindica a absoluta maestria cognitiva sobre a realidade. Ao considerar de forma pretensiosa ter posse da gnosis, o gnosticismo considera o conhecimento que possui algo imune à críticas”. Primeiro vem a especulação política de tipo revolucionário. Logo após, essa especulação transforma-se em ação e política – cujo fim é criar um paraíso terrestre. Ao fazer isso, escreveu Voegelin, os gnósticos rejeitam a religião tradicional e o Reino de Deus, pois esse Reino é substituído pelo reino político da Terra. Ao tentar construir tal reino, os pobres tolos imanentizam o escathon [1].

Voegelin escreveu:
Todos os movimentos gnósticos estão envolvidos no projeto de abolição da constituição do ser – que tem sua origem no divino e advém de um ser transcendente – para pôr no lugar uma ordem de existência mundano-imanente cuja perfeição reside na ação humana. Essa é uma questão que altera de tal maneira a estrutura da realidade – que é percebida por eles como inadequada –, que um mundo novo e satisfatório acaba aparecendo como opção.
 
Mas o mundo, disse Voegelin, “continua da mesma forma pela qual o encontramos, de modo que não está na esfera do poder humano alterar sua estrutura”. Por conseguinte, o homem barbado de vestido não pode se tornar uma mulher. Uma criatura tribal não pode, num sentido verdadeiro, tornar-se um cidadão global. Da mesma forma, um tolo não pode tornar-se um sábio. Sejam esquerdistas ou socialistas os princípios aos quais você defende, a estrutura do mundo já está dada. Suas “ideias” não podem mudar o que ele é:
 
Para dar à mudança uma aparência aceitável, todo intelectual gnóstico que formula um programa para mudar o mundo, deve primeiro construir um retrato do mundo em que os aspectos essenciais da constituição existencial do mundo, que fariam o programa parecer incorrigível e insensato fossem eliminados.
 
Em outras palavras, é necessário que ele construa uma mentira sobre a outra. Assim vem sendo construído o Império das Mentiras, que pressupõe uma nova religião de mentiras. De acordo com Voegelin, “podemos falar então da condição pneumopatológica de um pensador que, em sua revolta contra um mondo que foi criado por Deus, omite arbitrariamente um elemento da realidade com o fim de criar um novo mundo fantasioso”.
 
Para conseguir isso, aquele que engana deve possuir um grande séquito de estúpidos. Assim, o Império das Mentiras é simultaneamente o Império da Estupidez – ou uma confederação de ignorantes, por assim dizer. Para perceber esse fenômeno com maior acuidade, veja a palestra proferida em 1937 por Robert Musil cujo título éOn Stupidity [Sobre a estupidez], que afirma que as pessoas não querem parecer inteligentes demais, dado que isso é um sinal de estupidez. É indubitável que o homem médio acredita na sua própria inteligência, mas ele a mantém escondida enquanto alguém que desempenha um papel público (como o seu político favorito) “diz – ou foi dito sobre ele mesmo – que ele é extraordinariamente inteligente, inspirado, digno, gracioso, escolhido por Deus, e destinado a História”. Dessa maneira, o maior, mais brutal e mais idiota dos megalomaníacos se apropria da sabedoria, da virtude, da coragem, da nobreza, etc. E como as massas odeiam mostrar o quão inteligente elas realmente são, as massas se sentem obrigadas a ir adiante com esse tipo mencionado de megalomaníaco.
 
Veja o homem que lidera nosso país hoje, depois leve em conta as pessoas que votaram nele e quem o reverencia de modo incondicional. De fato entrou em cena uma nova religião: um Império das Mentiras, um Império do Engano, um Império da estupidez incondicional. Estamos agora condicionados a pensar que as coisas teriam sido melhores se os índios nativos tivessem mandado os colonizadores europeus de volta para os mares. Estamos condicionados a acreditar que a Califórnia na verdade pertence ao México. Estamos condicionados a eliminar os automóveis, pois eles estão derretendo as geleiras e destruindo o habitat dos ursos polares. Tudo sobre nosso passado, tudo sobre quem somos e tudo o que precisamos deve cessar de existir. Nós mesmos devemos cessar de existir. É essa a sabedoria da ordem do dia. É assim que imanentizamos o eschaton, trazendo o lagar do furor de Deus enquanto estupidamente acreditamos ter anunciado a Nova Jerusalém.
 
Evidentemente você pode zombar e dizer que o comunismo está morto; ou você pode zombar e dizer que o nazismo está morto. Se o socialismo (nacional ou internacional) parece morto para você, ele estará de qualquer forma chegando até você e ele quer devorá-lo. Do demoníaco Karl Marx ao paranoico Stálin, nós modernos descemos até o pernicioso Obama e o dúbio Putin (isso para não mencionar os desastrosos líderes da Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, etc.).
O que começou como um ousado manifesto revolucionário com Karl Marx, agora arrasta ou se joga para cima de nós de modo subterfugioso sob os auspícios da falsa propaganda. Como a velha demagogia morreu, é necessário agora que os socialistas mintam sobre seus verdadeiros objetivos. O novo “herói” socialista está identificado com os próprios objetos (e crenças) que ele pretende destruir – assim Obama finge defender o capitalismo e a América enquanto Putin finge defender a Igreja Ortodoxa e a Rússia.
O poder destrutivo dessas respectivas maquinações reside na dialética que manipula tanto a esquerda quanto a direita, pois essa é a síntese a qual a tese e a antítese deles tende: o abjeto niilismo, o igualitarismo total e o desprezo pela humanidade. (Parafraseando a reação de Chapeuzinho Vermelho: “Vovó, que dentes grandes você tem!” — dispostos em duas fileiras, dialeticamente posicionados para mastigar.)
 
Nenhuma imagem retrata melhor a essência da vanguarda lupina hodierna que aquela do Presidente Obama mascando chiclete na comemoração do Dia D dia 6 de junho. No caso de Putin, considere qualquer imagem da violência que se passa no leste ucraniano. Ambos os homens se promovem como não-socialistas ou não-comunistas. Trevor Loundon demonstrou amplamente as ligações comunistas e socialistas de Obama. O oficial da KGB que está no Kremlin não precisa nenhuma prova adicional das suas credenciais que aquela sua resposta a um jornalista cubano, que alguns anos atrás perguntou se ele era um comunista. “Se for, não preciso ficar dizendo” [N.T.: “Call me a pot, but heat me not”, já citado em outro artigo]. Essa é agora parte da fórmula do poder comunista: negar qualquer partícula de comunismo.
 
No teatro político europeu há uma nova tendência: o ressurgimento do nacionalismo. Não podemos chamar essa tendência de “conservadora” em qualquer sentido econômico ou estritamente cultural. Às vezes tememos que ela possa vir a ser “conservadora” no sentido Nacional Socialista, que nesse caso não significaria de maneira alguma um conservadorismo. Uma vez a bússola política da esquerda apontava para Moscou.  Hoje a bússola política da direita europeia também aponta para Moscou. O pesquisador Torsten Mann, autor de Weltoktober, escreveu recentemente a mim falando sobre as mudanças políticas que estão acontecendo na Europa. Ele começou sua explicação com uma longa citação do desertor Jan Sejna, da Tchecoslováquia:
 
A Europa foi a principal área do mundo livre a qual buscou-se reduzir a influência americana. Os russos planejavam jogar sobre os nacionalistas os preconceitos burgueses dos principais países europeus a fim de convencê-los de que a Europa deve esforçar-se para tornar-se uma entidade distinta, independente dos Estados Unidos. Esse estado de espírito deve ir além de qualquer debate sobre a união política da Europa tal como previsto no Tratado de Roma. A primeira vítima desse novo nacionalismo seria a OTAN. A retirada das forças americanas provavelmente será adiada por tratados separados com Alemanha e Grã-Bretanha, mas no final os russos esperam que os americanos se retirem completamente. Os russos previram que essa retirada terá um efeito profundamente perturbador nos Estados Unidos, de modo que ela encorajaria o aumento do isolacionismo. (We Will Bury You, p. 154f)
Então mais adiante ele mostra a importância da mensagem de Sejna:
 
Sejna escreveu isso em 1982 e evidentemente essa afirmação tem como base o plano estratégico ao qual ele teve conhecimento em 1968. Ao meu ver, essa citação prova que há décadas existe uma sub-estratégia pela qual os soviéticos querem controlar a Europa usando um expediente direitista. Provavelmente eles perceberam que eles não conseguiriam convencer o povo europeu a revogar sua aliança transatlântica usando um expediente esquerdista. Conforme disse-lhe da última vez, estou convencido que a União Europeia foi um projeto soviético desde a sua concepção.
 
A UE é a implementação da “Casa Europeia Comum” de Gorbachev e Vitaly Shurkin é a principal testemunha disso; Isso corresponde ao fato de que a atual União Europeia é esquerdista em essência. Sejna também escreveu que os soviéticos não estavam certos sobre qual direção as massas tenderiam assim que os Estados Unidos entrassem numa depressão. [Konstantin] Katushev disse que a sociedade poderia também “mudar violentamente para a direita”.
 
Penso que isso é também verdadeiro no caso da Europa. Não sabendo qual caminho a sociedade tomaria no final, é absolutamente lógico desenvolver uma abordagem bivalente que signifique não apenas preparar um escalão político esquerdista, mas também um direitista, para que ambos fossem usados dialeticamente. Deixe então o escalão esquerdista começar a ofensiva política, espere a reação defensiva dos conservadores europeus [...] que estarão enojados pela subversão socialista da sociedade, e então, antes que qualquer oposição verdadeira se forme, ofereça-lhes uma alternativa política direitista controlada [pela Rússia] que prometerá a solução para os problemas causados pela abordagem esquerdista, tais como a corrupção moral, a imigração, a perda da soberania nacional, a ruína econômica, etc.
 
Assim que o público estiver completamente enojado, a oposição direitista controlada [pela Rússia] entra em ação, ganha popularidade e toma o poder. Essa oposição direitista discursará sobre os problemas e solucionará alguns deles (ou talvez até reforçará alguns, e.g. tensões étnicas) criando uma cortina de fumaça de popularidade que ajudará a esconder a agenda oculta enquanto ela avança cada vez mais. O objetivo derradeiro será a anulação da aliança transatlântica e a reaproximação da Europa Ocidental e a Rússia. Os comunistas sempre trabalham dialeticamente.
 
É inegável o fato de que a Europa é assombrada por vários problemas e me parece que nossa atual elite política – tanto “conservadores” quanto socialistas – sequer tenta fazer algo para resolvê-los. Por exemplo, há um problema de imigração. A Europa está importando criminosos em grandes quantidades que fraudam a previdência social, assaltam e cometem crimes violentos [...] e ninguém parece se preocupar com isso. A taxa excepcionalmente alta de muçulmanos cometendo crimes na Alemanha é deliberadamente escondida pela mídia e pelos políticos. Além disso, há a já conhecida crise financeira que não é abordada da maneira adequada.
 
Em vez disso, eles parecem agravá-la de maneira deliberada. De modo artificial, a Alemanha se fez dependente energética de outros estados. Somos especialmente dependentes do gás russo e há rumores que também nos tornamos dependentes da energia nuclear russa. Grande parte da nossa indústria foi há muito tempo para o Leste Europeu ou para a China comunista, deixando uma hábil mão-de-obra desempregada para trás. Apenas uma diminuta minoria pervertida da Alemanha é entusiasta da união gay e do “destaque da agenda de gênero” e assim por diante; mas nossos políticos, inclusive nossos “conservadores”, tornam o assunto um tópico político de destaque principal.
 
O povo fica enojado com essas coisas, então eis que a propaganda russa entra e oferece uma alternativa à predominante “decadência liberal do Ocidente”. Aleksandr Dugin (o ideólogo russo) promove essa propaganda, e nossos ditos “direitistas” e conservadores caem. Compare isso ao sucesso de Alex Jones nos EUA. Se houvesse alguém como Ronald Reagan hoje, Jones não conseguiria enganar tantas pessoas.
 
Nossos conservadores ocidentais estão corrompidos e esse é o terreno fértil para os pseudo-conservadores controlados pela Rússia que seguem uma agenda soviética oculta. Então por que nossos conservadores tradicionais estão corrompidos? Andrei Sakharov escreveu em 1968 em seu manifesto “Reflexões sobre o progresso, coexistência pacífica e liberdade intelectual” que os povos ocidentais devem ser reeducados para mudarem a “atitude psicológica” em relação às atitudes socialistas. Foi exatamente isso que aconteceu. Na Alemanha ele é chamado de “Kampf gegen Rechts”. Nos EUA essa reeducação foi implementada por meio do “politicamente correto”. Esse ataque psico-político minou o apoio aos políticos verdadeiramente conservadores nas duas últimas décadas e a lacuna que se abriu agora está sendo preenchida por pseudo-conservadores controlados pela Rússia.
 
Além do mais, o avanço em curso da direita europeia deve ser considerado em relação aos [vários] fatos geopolíticos de escala abrangente. No Leste, a “União Eurasiana” de Putin está se formando enquanto a Rússia e a China estão assinando um acordo energético que exclui o uso de dólares americanos. Parece que o ouro ocidental vai embora para a China Vermelha e para a Rússia enquanto que a recuperação econômica na América parece frágil. Kevin Freeman alerta para o esperado ataque contra o dólar americano, que está cada vez mais próximo, e, portanto, um crash como o de 2008 está próximo.
Esse pode ser o exato momento em que Rússia e China, junto dos outros países do BRICS anunciem a introdução de uma nova moeda de reserva lastreada em ouro. Se qualquer coisa próxima a isso acontecer e a Rússia exigir moedas lastreadas em ouro para negócios em óleo e gás, a tentação política de levar a UE em direção leste pode tornar-se irresistível. Em outras palavras, os russos podem recorrer a algum tipo de chantagem que vise a cooperação ao exigir concessões políticas para entregar a energia. Ao meu ver, os “direitistas” que agora estão na vanguarda são os colaboradores adequados para as ambições “eurasianas” do Kremlin.
 
Há tantas jóias na análise de Torsten Mann que, com a permissão dele, apresentei-a na íntegra. Por favor leia-a e releia-a. Em um texto subsequente, Torsten afirmou que a corrupção do Ocidente é exatamente o que os soviéticos buscaram desde o começo. Ele citou novamente Sejna: “O principal propósito político da ‘Fase Três’, ‘O período de mudança social dinâmica’, foi, nas palavras da diretiva soviética, ‘esmagar a esperança da falsa democracia’ e trazer à tona a total desmoralização do Ocidente”. (We Will Burry You, p. 107) Ele então comentou o seguinte:
 
É exatamente isso que experimentamos nos dias de hoje: a total desmoralização das sociedades ocidentais. Certamente isso é causado pelas estruturas comunistas ocultas e que estrategistas soviéticos (e.g. Dugin) exploram com o fim de promover suas estratégias. Sempre encorajo meus caros compatriotas a lerem o livro de Sejna. É de tirar o fôlego ver como a história das últimas três décadas corresponde aos planos estratégicos soviéticos conforme foram revelados por Sejna em 1982. Infelizmente, muitos dos meus caros compatriotas se recusam a perceber isso e admitir que houve algum tipo de coordenação comunista por trás desses eventos. Portanto, tenho de concordar com o que você escreveu uma vez, que o público é de fato estúpido.
 
Agora retornamos mais uma vez ao problema da estupidez – e a supracitada confederação de ignorantes que constituem o corpo do Império das Mentiras. Suponho que a coisa toda culmine no entendimento de que o estrategista político que está em busca do poder puro, para começo de conversa, não acredita em nada. Se ele falou como um socialista durante o ano passado, é possível que o encontremos apregoando o conservadorismo ano que vem. É necessário, portanto, que fiquemos de olho. Temos de ver o que essas pessoas fazem para evitarmos sermos enganados por aquilo que eles alegam “acreditar”. Não se pode medir a crença de uma pessoa; Não há como sentir o gosto; Não há como fotografar. Conquanto, se for permitido que um político nos engane, haverá um considerável número de mortes e devastação que poderão ser objetivamente contados.
 
Jamais devemos esquecer que a ânsia de poder que habita no âmago desse fenômeno origina-se no desejo de reordenar o Universo, isto é, desafiar – ou tornar-se – Deus. A motivação central, portanto, é sempre revolucionária em essência, mesmo quando veste uma máscara “conservadora”.
22 de junho de 2014
Jeffrey Nyquist
Tradução: Leonildo Trombela Junior

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