"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 22 de junho de 2014

A GRANDE DÚVIDA É SABER ATÉ QUE PONTO LULA VAI APOIAR DILMA. LULA FARÁ O MESMO ESFORÇO EXTRAORDINÁRIO QUE FEZ EM 2010?

 



Como todos sabem, o tempero da política sempre leva elevadas doses de cinismo e hipocrisia. Um exemplo disso foi o discurso de Lula na Convenção do PT, tentando conter notícias de divergências entre ele e Dilma Rousseff. “Vamos provar que é possível terminar mandato sem que haja atrito entre nós”, afirmou o petista, em Brasília., acrescentando: “É possível o criador e a criatura viverem em harmonia. Quando tiver divergência, ela termina, porque Dilma sempre estará certa e eu errado.”

No Planalto, até os garçons que servem o cafezinho sabem das divergências entre a atual presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. No discurso, Lula tentou salvar as aparências, mas o fato é que nos dois últimos anos as divergências entre ele e a presidente Dilma se tornaram notórias e se agravaram muito depois do escândalo do caso Rosemary Noronha.

Lula e Dilma começaram a divergir no caso da demissão e substituição de ministros flagrados em corrupção. Depois, Dilma insistia, mas Lula jamais permitiu que ela mexesse na equipe econômica. Dilma sonhava em substituir Guido Mantega por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, nunca conseguiu, e Barbosa, seu economista preferido, acabou saindo do governo.

CASO ROSEMARY

As divergências se agravaram depois que a Polícia Federal desfechou a Operação Porto Seguro, que envolveu Rosemary Noronha, antiga assessora direta de Lula e que na época ocupava o cargo de Chefe do Gabinete da Presidência da República em São Paulo, uma função que não existia e fora criada exclusivamente para abrigar a preferida de Lula, que em menos de dois anos viajou com ele para 32 países, sempre na ausência da primeira-dama Marisa Letícia.
Lula jamais perdoará Dilma por ter perseguido Rosemary de todas as maneiras, não apenas colocando contra ela a Comissão de Ética do Planalto e a Controladoria-Geral da União, mas também mandando o Planalto vazar informações à imprensa para atingir Rosemary e desmoralizá-lo pessoalmente.

CASO ERENICE

Em caso semelhante, quando a então ministra da Casa Civil Erenice Guerra foi apanhada em flagrante delito de corrupção para enriquecer a própria família, Lula era presidente e não fez a menor carga contra ela. Erenice sequer foi punida. Recebeu apenas uma “advertência” e continua “ficha-limpa”, podendo inclusive voltar a ocupar cargo público. Mas ela nem se interessa, pois dirige hoje a mais bem-sucedida empresa de lobby de Brasília, especializada em intermediar negócios com o governo federal.
O pior é que Lula realmente gosta de Rose e está segurando a barra dela e da família inteira. Mandou o PT custear a defesa da ex-assessora, a cargo de quatro importantes escritórios de advocacia, três em São Paulo e um no Rio de Janeiro. Lula nunca a abandonou nem vai abandonar, e até já participou de reuniões com os advogados dela, informação que na época divulguei aqui na Tribuna da Internet com absoluta exclusividade.

DILMA SOZINHA

A verdade é que Dilma resolver governar sozinha e passou a não mais ouvir Lula. A nomeação de Aloizio Mercadante para a Casa Civil foi a maior demonstração desse discreto grito de independência, pois Lula não suporta o ex-senador.

Traduzindo tudo isso: cinismo e hipocrisia à parte, a grande dúvida agora é saber se desta vez Lula vai se dedicar à campanha de Dilma com aquele entusiasmo demonstrado em 2010 ou deixará que ela se vire e tente arranjar votos sozinha.
Os candidatos de oposição estão eufóricos, porque apostam que Lula vai fazer corpo mole e deixar Dilma perder as eleições, para depois voltar glorioso em 2018.
E você, o que acha?

22 de junho de 2014
Carlos Newton

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