Os suíços rejeitam nas urnas a compra dos caças Gripen da Saab e deixam o Brasil como único cliente externo para o novo modelo de aviões que ainda precisa começar a ser produzido.
A Saab se apressou neste domingo, 18, em garantir que os planos para a fabricação do novo jato não serão modificadas. Mas fontes do setor militar na Europa apontam que enquanto o contrato com o Brasil não for finalizado, o projeto será alvo de questionamentos pelo mercado e de incertezas.
O governo da Suécia já anunciou que compraria 60 jatos da Saab. Mas, para que o projeto seja viabilizado, a empresa sempre indicou que a produção dos novos modelos do Gripen precisariam contar com a exportação de pelo menos 20 jatos.
O governo suíço havia fechado em 2011 um acordo para a compra de 22 jatos que custariam aos cofres públicos US$ 3,4 bilhões. A Saab havia oferecido produzir parte dos aviões na Suíça, concedendo contratos de até US$ 450 milhões para as empresas nacionais. Mas nem isso foi suficiente para convencer a população a votar a favor da compra.
O assunto foi a um referendo popular depois que a oposição ao contrato conseguiu reunir 50 mil assinaturas e forçou a votação, alegando que não existia justificativa para o gasto num país que há 200 anos não vai à guerra.
Neste domingo, 53,4% dos suíços disseram “não” à iniciativa. Para Jo Lang, um dos porta-vozes da campanha contrária à aquisição, o gasto foi o principal motivo da rejeição. Segundo ele, além dos US$ 3,4 bilhões, os suíços gastariam mais US$ 10 bilhões em manutenção.
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