Você sabia?
Pois eu lhes conto: em números absolutos, a França, com 83 milhões de visitantes, ganha de longe.
Mas há uma outra resposta.
Se considerarmos a quantidade de turistas como porcentagem da população residente, o panorama é mais nuançado. Com magros 800 habitantes, o minúsculo Estado do Vaticano ganha disparado, milhas à frente do segundo classificado.
Cinco milhões e meio de estrangeiros passam por lá a cada ano, o que dá 6500 visitas por habitante. Uma enormidade.
Há que conceder que mini- e microestados falseiam as estatísticas. São ponto fora da curva ― expressão em voga atualmente. Melhor observar o que se passa em países de tamanho habitual.
Pelo critério de visitantes como porcentagem da população, os países europeus são campeões.
Em primeiro, aparece a Áustria que, com população de 8 milhões e meio, acolhe 24 milhões de visitantes a cada ano.
Dá quase três turistas por habitante! Logo atrás, vem a Croácia, destino apreciado para as férias de verão. No total, uns dez estados europeus recebem turistas em número superior ao de sua própria população.
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E como é que ficam as Américas? Ao norte, o Canadá se sai bem: os visitantes representam 46% da população. Os EUA, onde os forasteiros de passagem equivalem a 21% da população também não podem reclamar. As Antilhas são constituídas por microestados, fato que perturba o resultado estatístico.
Vamos falar da América do Sul. Quem seria o campeão? Difícil adivinhar, não é? Pois é nosso vizinho Uruguai. Visitantes representam 80% da população do país. Atrás dele, está o Suriname (45%). A Guiana (22%), o Chile (20%) e a Argentina (14%) seguem mais descolados.
E nosso país, como é que anda? Pois saibam que fica na rabeira da classificação continental, em penúltimo lugar. Os 5 milhões e meio de pessoas que visitam o Brasil perfazem apenas 2,86% da população local. Pior que nós, só a Venezuela.
A lógica ensina que, quanto maiores forem os atrativos turísticos, mais visitantes virão. O Brasil tem beleza natural de sobra, cachoeiras, praias, pantanais, sol, calor.
O que é que atravanca a vinda de mais gente?
A distância não há de ser: China, Nova Zelândia, Chile ― todos longe dos grandes centros emissores ― recebem proporcionalmente mais turistas que nós.
Até Paraguai e Bolívia nos ultrapassam.
Não tenho respostas, infelizmente. Tenho apenas conjecturas ― e elas não são nada risonhas.
Obs 1: Os dados vêm da Organização Mundial do Turismo, órgão da ONU, e se referem ao ano de 2012.
Obs 2: Vale a pena examinar de perto o resultado de cada país. Clique no mapa para ter acesso ao site do jornal inglês The Telegraph. Em seguida, uma clicada em cada país vai-lhe dar a população, o número de visitantes e a porcentagem.
18 de maio de 2014
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