"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

DILMA DESISTE DE DISCURSAR NA ABERTURA DA COPA DO MUNDO


Daqui a 38 dias, em São Paulo, quando a presidente Dilma Rousseff declarar oficialmente aberta a Copa do Mundo de 2014, ela também estará dando o pontapé inicial na nova fase da partida que disputará em outubro. A petista será candidata à reeleição e, no outro lado do gramado eleitoral, terá como principais adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).

O Mundial ocorrerá em pleno período das convenções partidárias, que definirão oficialmente as candidaturas e as alianças. E o governo aposta que, se Neymar e companhia ganharem o hexacampeonato, uma onda de otimismo tomará conta do país. Se perderem, contudo, um tsunami de problemas represados poderá vir à tona. Os dois cenários, segundo o Planalto, têm capacidade para influenciar o humor das urnas.

Dilma sonha em estar no seleto quadro de governantes que foram anfitriões da Copa do Mundo e conseguiram ver o próprio país levantar o caneco. Para evitar a repetição das constrangedoras vaias ouvidas na abertura da Copa das Confederações, em junho do ano passado, a presidente decidiu não fazer discurso no jogo inaugural da Copa, limitando-se a um protocolar “declaro aberto os jogos”.

SÓ ESPECULAÇÕES

Para Leonardo Barreto, doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), neste momento só é possível especular sobre os resultados concretos da relação entre a bola e as urnas, especialmente porque estaremos diante de um fenômeno com poucos precedentes:

“Em outros momentos nos quais o Brasil foi campeão, a Seleção conquistou o caneco fora do país”, lembrou ele, citando os torneios sediados na Suécia (1958), no Chile (1962), no México (1970), nos Estados Unidos (1994) e no Japão/Coreia do Sul (2002).

Mesmo assim, em todos eles, não houve uma relação direta entre os dois fatores: o torneio e o voto. O mito de que o êxito da Seleção se transformara em prestígio para o governo ocorreu em 1970, no governo do general Emílio Garrastazu Médici.

“Naquele ano, tivemos eleições legislativas e houve um elevado índice de votos brancos e nulos”, recorda Barreto. Em 1994, o tetracampeonato brasileiro coincidiu com a vitória de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), candidato apoiado pelo então presidente, Itamar Franco.
 
Mas PT e PSDB hoje admitem que, mais do que a vitória do escrete comandado por Romário (hoje deputado federal pelo PSB), o que pesou na eleição foi o Plano Real, que controlou a hiperinflação.
 
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGHá outro fator tão importante quanto a influência da Copa do Mundo na eleição presidencial, porque ninguém sabe o que acontecerá com as manifestações que serão feitas pelos brasileiros que exigem Padrão Fifa também na educação, na saúde, nos transportes e na segurança.
 
Em Brasília, se anuncia que três mil militares do Exército irão participar da segurança dos jogos da Copa na capital da República. Em outras cidades, não será diferente. Mas o que poderão fazer contra as manifestações populares, que são mais do que justas.
 
Não é possível que persista o abandono desses estratégicos setores, em prejuízo justamente das classes menos favorecidas da população, enquanto o governo gasta fábulas em “arenas” onde pobre não entra. (C.N.)
 

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