BRASIL - FotografiaAs sexies mulheres músculos
O fotógrafo André Arruda há dez clica belas mulheres fisiculturistas nuas em poses que remontam a estátuas renascentistas
Foto: André Arruda
LEGENDA
Postado por Toinho de Passira
Fontes: Photo Finish, Revista Glamour
“Até que ponto uma mulher pode ter atributos físicos que remetem ''ao masculino'' sem perder sua feminilidade? E por que não poderiam?”. São esses os questionamentos feitos pelo fotógrafo André Arruda no projeto Fortia Femina, criado em 2004, dez anos depois, em andamento para tornar-se livro. Nas fotos, mulheres fisiculturistas tiraram a roupa e posaram como figuras anatômicas renascentistas.
André diz que o projeto começou, quando viu nos EUA e um concurso de bodybuilding, Arnold Classic. “Até então não sabia que mulheres praticavam musculação naquele nível de modificação corporal” - comenta. ”Sempre tive a beleza feminina com um dos principais motivos da minha fotografia e o nu autoral, não comercial, sempre me atraiu- diz ele.
Foto: André Arruda
Fortia Femina é um reflexo do crescente papel da mulher na sociedade brasileira. É um sinal do poder cada vez maior da mulher. Fortia Femina é fruto de seu tempo. Apenas duas atletas foram abordadas por amigas minhas, que fizeram o contato inicial. As outras foram pelas redes sociais. Começou com o ''falecido'' orkut.
Foto: André Arruda
“O que é o tremendo esforço de levantar pesos, dietas radicais e a busca da hipertrofia muscular simétrica senão uma punição? É um sacerdócio.”- comenta.
”As fotos, além da investigação da beleza muscular feminina, jogam com as noções de gênero. Até que ponto uma mulher pode ter atributos físicos que remetem ''ao masculino'' sem perder sua feminilidade? E por que não poderiam? A mulher na sociedade brasileira é extremamente objetificada e padronizada.”
Foto: André Arruda
”O Brasil é o único país no mundo em que a nudez feminina numa capa de revista funciona como um diploma de notoriedade, e ao mesmo tempo, uma mulher não pode fazer topless na praia de Ipanema sem chamar a atenção''.
“O preconceito nos afeta na medida do desconhecimento e é uma forma primitiva de proteção. Quem não deve não teme. E só os idiotas não têm medo. As atletas fisiculturistas são mulheres de coragem. Força, substantivo feminino. Como autor ouvi várias piadas grosseiras e até emails agressivos sobre o ensaio. Experimentei essa agressividade que elas eventualmente recebem. É um sinal positivo que o trabalho tem êxito em despertar emoções”.
Foto: André Arruda
”A mulher muscular é um fenômeno recentíssimo. São mulheres insatisfeitas com o próprio corpo. Todos somos insatisfeitos com a nossa imagem, sempre, mas o atleta fisiculturista vai além. É busca do prazer”.
“Al
Foto: André Arruda
guns exageram, é claro, mas o nosso erro, cada vez mais alimentado pelas web-neuroses sociais, é crer que o exagero é a norma. Somos tediosamente normais. De perto, porém, somos todos bizarros”.
”O corpo feminino vem mudando, especialmente no Brasil, desde os anos 80. Agora as mulheres estão com pernas muito grossas, coxas grandes e definidíssimas, que compõem com os glúteos hipertrofiados. Malham muito o abdômen e estão com braços maiores”.
Foto: André Arruda
”As próteses de silicone são tão normais que já fazem quase parte da paisagem. Até então estas características pertenciam a determinadas ginastas ou bailarinas. Não creio que o corpo feminino irá voltar às formas mais ''delgadas''. O ser humano está maior e mais forte”.
”Todas se sentem muito mais ''sexy'' com o corpo muscular. Se transformaram, como lagartas em borboletas”. ”Fortia Femina foi concebido para ser livro e exposição. Só existe um livro sobre mulheres musculares no mundo e Fortia Femina - oxalá! - será o segundo, mas em sua forma, é absolutamente inédito. ”.
Foto: André Arruda
”Já tenho cerca de cem fotografias editadas e quero fotografar mais uma ou duas atletas que tenham o corpo trabalhado e não necessariamente sejam fisiculturistas. É nu, dificulta um pouco, há um certo receio em se expor, mas o ensaio, nestes dez anos, fala por si. Até agora nenhuma empresa se interessou em bancar o projeto, por preconceito, certamente. Neste semestre finalizo o corpo final de fotografias e vou lançar o projeto em crowdfunding, o financiamento coletivo, para publicação do livro.
|
05 de maio de 2014
in toinho passira
Nenhum comentário:
Postar um comentário