A Justiça Federal encaminhou ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, material sobre o envolvimento do deputado federal André Vargas (ex-PT) com o doleiro Alberto Youssef. O parlamentar é suspeito de corrupção passiva e tráfico de influência ou advocacia administrativa.
Os indícios foram apurados pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que resultou na prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e de Youssef. O doleiro é suspeito de chefiar esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e tinha elos com partidos como o PT, PP e PMDB.
Um desses indícios, revelado pela Folha, foi o empréstimo do jatinho de Youssef a Vargas para uma viagem de férias --o voo tem custo estimado em R$ 110 mil. Vargas também ajudou laboratório controlado por Youssef, o Labogen, a obter parceria de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde. "Há indícios de que a Labogen não teria estrutura mínima para a obtenção da parceria", escreveu o juiz Sérgio Moro no despacho enviado ao Supremo.
A parceria foi cancelada após a Folha revelar que o doleiro estava por trás do negócio. Ministro à época do acordo, Padilha diz apoiar o rompimento e nega envolvimento.Para o advogado de Vargas, José Batochio, o juiz extrapolou sua função ao citar os crimes sobre os quais acredita haver indícios contra o deputado. Já o advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, diz ser "um equívoco" enviar apenas uma parte da investigação ao STF.
(Folha de São Paulo)
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