Carvalho esteve nesta quarta-feira (9/4) na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal para explicar o repasse de recursos governamentais ao MST, suas declarações que condenam comportamento da PM/DF em manifestação do MST e denúncias do ex-secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Jr., de recebimento de propina enquanto Carvalho trabalhava com o prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel.
“Quando um ministro de Estado liga para um presidente da Caixa Econômica, nessa hora, ele não está solicitando, é uma ordem para liberar os recursos. Não é uma pessoa comum interferindo, isso é tráfico de influência! Tira a liberdade das estatais de decidirem as prioridades dos patrocínios”, opinou Caiado. Nessa mesma audiência pública, Gilberto Carvalho admitiu ter feito gestão para que Caixa, BNDES, Petrobras e INCRA repassassem cerca de R$ 1,5 milhão a Abrapa, ONG ligada ao MST, para financiar congresso do movimento que terminou em tentativa de invasão do STF e Palácio do Planalto com 32 feridos. A afirmação foi feita após questionamento do democrata Efraim Filho (PB).
Caiado solicitou ao ministro informações detalhadas sobre a aplicação de recursos de patrocínio a ONGs e sobre a forma de escolha e atuação do comitê de patrocínio da Secretaria-geral, segundo Carvalho, responsável por deliberar sobre a aprovação desses recursos. “Quando perguntado pelo deputado Efraim Filho, o ministro afirmou que ele próprio havia interferido e não um comitê de patrocínio, como disse depois, e isso configura tráfico de influência”, acrescentou Ronaldo Caiado.
Denúncias Romeu Tuma Jr.
Os deputados Alexandre Leite (Democratas-SP) e Caiado questionaram o ministro da Secretaria-Geral sobre seu recuo em processar o ex-secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr., que o acusou de receber propinas de empresários e repassá-las ao ex-ministro José Dirceu – condenado no processo do mensalão – enquanto trabalhava com prefeito assassinado de Santo André, Celso Daniel.
“O senhor afirmou que iria processar Romeu Tuma Jr. em dezembro de 2013. Se nega todas as acusações o melhor a fazer não seria aciona-lo na justiça? As denúncias são graves e foram publicadas. Me causa estranheza esse fato até porque as outras pessoas citadas ou está morta ou está presa, condenado no processo do mensalão”, disse Leite. O ministro Gilberto Carvalho disse na audiência que, ao contrário do que declarou no ano passado, não dará palanque a Tuma Jr. e apenas oprocessará quando achar conveniente.
10 de abril de 2014
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